Jogos de gerenciamento sempre foram extremamente divertidos para mim, e foi com bastante empolgação que recebi o anúncio de Two Point Museum. A nova aposta da Two Point Studios consegue renovar a fórmula da franquia sem perder sua essência, trazendo novidades como expedições em busca de peças raras, ao mesmo tempo em que mantém a base sólida de jogabilidade que os fãs já conhecem. O resultado é, sem dúvidas, o título mais completo e divertido que o estúdio lançou até hoje.
Logo de cara, Two Point Museum apresenta uma campanha robusta que serve como um grande tutorial. Ela introduz, de forma gradual, todos os sistemas e possibilidades do jogo, funcionando como uma verdadeira aula de curadoria. No entanto, esse início pode ser um pouco cansativo para quem está ansioso para explorar o jogo com liberdade. Os tutoriais são detalhados e úteis, mas se estendem por muitas horas — é possível levar mais de 5 horas até que o jogo finalmente dê total autonomia ao jogador. Para quem já tem familiaridade com o gênero, esse ritmo inicial pode parecer arrastado demais.
Quando finalmente se ganha controle total sobre o museu, a experiência se torna extremamente envolvente. O ciclo de gerenciamento que envolve satisfazer visitantes, manter funcionários eficientes, organizar exposições e expandir o espaço é viciante. Cada museu tem seu próprio tema, desafios únicos e mecânicas específicas, o que evita a repetição e mantém o jogo sempre interessante. Há museus assombrados por fantasmas, sítios arqueológicos alienígenas, locais futuristas e muito mais — e cada um traz uma surpresa diferente que muda a forma de jogar.
Um dos elementos mais marcantes são as expedições, em que é possível enviar funcionários para buscar artefatos e relíquias raras. Essas missões trazem riscos e incertezas, como a possibilidade de falha ou acidentes durante a busca, o que adiciona uma camada estratégica ao planejamento. A personalização dos museus também merece destaque: é possível ajustar cada detalhe, desde a disposição das salas até os objetos decorativos. Isso permite que o jogador crie ambientes únicos e visualmente encantadores.
Porém, à medida que o museu cresce, a complexidade aumenta bastante. A interface, apesar de bem organizada, começa a mostrar limitações no console. Navegar por menus mais profundos pode se tornar um pouco confuso, especialmente com o controle. Posicionar objetos com precisão, em especial nos momentos mais caóticos, acaba sendo frustrante em alguns casos. Ainda assim, os desenvolvedores fizeram um bom trabalho ao adaptar os controles para o PS5, com atalhos inteligentes que compensam a ausência de mouse e teclado.
Outro aspecto importante do jogo são os eventos aleatórios, que surgem para quebrar a rotina e testar sua capacidade de reação. Protestos, desastres naturais, crises internas e até mesmo ataques de ladrões e vândalos exigem atenção constante. A segurança, inclusive, se torna um ponto crítico nas fases mais avançadas, já que mesmo com investimentos pesados, é comum perder itens valiosos sem ter muito o que fazer. Isso pode causar certa frustração e passa a impressão de que o sistema de segurança poderia ser mais equilibrado.
Visualmente, Two Point Museum mantém o estilo cartunesco e colorido já conhecido da série. Os personagens são caricatos, com animações exageradas e expressivas, o que reforça o tom bem-humorado da experiência. As exposições são detalhadas e criativas, misturando elementos históricos com toques de fantasia. A estética geral não busca realismo, e sim uma vibe animada e divertida que combina perfeitamente com a proposta do jogo. No PS5, o desempenho é excelente. Os tempos de carregamento são curtos, não há quedas de desempenho, e a experiência é bastante fluida do começo ao fim. Isso contribui para que o jogador mergulhe de cabeça na administração do museu sem interrupções.
Agradecimentos a SEGA que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Two Point Museum é uma das experiências mais ricas e completas dentro do gênero de simulação e gerenciamento. Ele brilha tanto na variedade de conteúdo quanto na liberdade oferecida ao jogador, mesmo que tropece em alguns pontos, como o início excessivamente guiado, o controle em momentos mais caóticos e os desafios de segurança que às vezes parecem injustos. Ainda assim, a diversão supera essas falhas, e é fácil se perder por horas e horas expandindo seu museu, descobrindo novas relíquias e lidando com as loucuras do dia a dia de um curador.
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