Dragon Quest III HD-2D Remake – Review

Dragon Quest III HD-2D Remake – Review

Dragon Quest III é uma das maiores joias da história dos RPGs e um marco importante para os fãs da franquia. Com o anúncio de Dragon Quest III HD-2D Remake, a Square Enix trouxe à tona uma mistura de nostalgia e inovação, trazendo de volta um dos maiores clássicos da série de uma maneira que agrada tanto aos veteranos quanto aos novatos. O remake respeita a essência do título original, mas traz uma série de melhorias que modernizam a experiência sem comprometer o espírito do jogo. Essa obra-prima reimaginada foi a responsável pela Square Enix trazer de volta tantos clássicos, como Dragon Quest I & II HD-2D Remake.

Dragon Quest III segue a jornada clássica do herói, onde o filho de Ortega, parte para encontrar seu pai e derrotar Baramos, que ameaça o reino. A narrativa é simples, mas cumpre o papel de cativar o jogador e consegue emocionar com a relação do protagonista com seu pai e o impacto da ausência deste na história. A saga de heroísmo é tocante, cheia de momentos que reforçam o clássico enredo de “jornada do herói”, com cenas que mostram o sacrifício de Ortega e os ecos de sua ausência, que reverberam durante toda a aventura.

O remake vai muito além de melhorias gráficas ou de qualidade de vida, ele introduz um novo sistema de vocações, que permite maior flexibilidade ao criar sua party, permitindo diferentes abordagens e combinações. Além do protagonista, é possível recrutar guerreiros, ladrões, padres e principalmente o Domador de Monstros, que permite ao jogador capturar monstros amigáveis que estão espalhados por todas as cidades e dungeons. Esses monstros podem ser utilizados durante o combate – quanto mais monstros capturados, mais habilidades o jogador adquiri – e participar na Monster Arena. A arena se trata de um extra desafiador e recompensador, onde o jogador coloca um trio de monstros para batalhar contra outros NPCs.

A flexibilidade apresentada no sistema de vocações traz uma camada estratégica que torna a experiência estratégica e divertida. Ao subir de nível com uma classe e adquirir uma habilidade, o personagem fica com o poder para sempre, mesmo se trocar de classe. Isso cria uma estratégia única, onde o jogador pode mesclar diversas habilidades diferentes para o combate.

Dragon Quest III possui uma exploração ainda mais robusta que os seus antecessores, com cidades, cavernas e ainda mais segredos espalhados pelo mundo. Com um mapa extremamente detalhado, a exploração acontece de forma natural e fácil, visto que o jogo oferece a opção de marcar seus objetivos, ajudando a manter o foco na jornada principal. O conteúdo extra aqui é robusto e variam de armas lendárias até as mini medalhas – 120 no total – que garantem recompensas únicas.

Assim como o título original, o jogo é difícil, mesmo que você escolha a opção normal, ele pode ser desequilibrado e injusto em muitos pontos. Caso o jogador não se prepare, explore e aprenda o sistema de combate, ele vai sentir a dificuldade aumentar de forma abrupta em diversos momentos. No entanto, o jogo possui a dificuldade fácil e que permite ao jogador não morrer, ideal para quem quer apenas curtir a história. Outro ponto que pode afastar muitos jogadores – principalmente os novatos que não conhecem Holy Water e algumas magias – é a taxa de combate elevada que interrompe o ritmo da exploração, tornando a jornada cansativa em momentos de pouco progresso.

No que diz respeito ao visual, o remake é um verdadeiro espetáculo gráfico. Com o estilo HD-2D, o jogo adota o mesmo estilo visual de Octopath Traveler, mas com a assinatura do mestre Akira Toriyama. O jogo apresenta um mundo vibrante e detalhado, com personagens e inimigos em pixel art animada, integrados a fundos 3D que trazem profundidade, iluminação sofisticada e efeitos especiais impressionantes. O design dos mapas também se beneficia de um visual mais dinâmico, com a vegetação se movendo ao vento e os efeitos de iluminação.

A trilha sonora, regravada a partir da Dragon Quest III Symphonic Suite, complementa perfeitamente a experiência e dá nova vida às músicas clássicas de Koichi Sugiyama. Ela proporciona uma imersão sonora envolvente, intensificando a emoção das batalhas e das cenas mais dramáticas, elevando a narrativa a um novo patamar.

Contudo, o remake apresenta um grande ponto negativo: a ausência de localização para o português do Brasil. Apesar de diálogos detalhados e tutoriais importantes, a Square Enix optou por não incluir o idioma, o que pode afastar parte significativa do público brasileiro. A falta de idioma nativo em jogos com enredo rico prejudica a imersão, dificultando a experiência para quem não domina inglês ou espanhol, por exemplo.

Dragon Quest III HD-2D Remake vale a pena?

Sim, Dragon Quest III HD-2D Remake vale muito a pena. Ele combina nostalgia e modernidade de forma brilhante, mantendo o charme do clássico enquanto traz melhorias que aprimoram a experiência. O novo sistema de vocações, a trilha sonora reorquestrada e o visual HD-2D são incríveis. Apesar da falta de localização em português, é uma jornada épica e inesquecível para fãs de RPGs e novos aventureiros.


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