Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes é o segundo jogo da franquia, sendo uma grande evolução do seu primeiro jogo. Yoshitaka Murayama é o diretor de ambos os jogos da franquia e também o pai de Suidoken, mas, infelizmente o mesmo veio a falecer em fevereiro deste ano, deixando um grande legado aos fãs de JRPG.

É notável a quantidade de referencias que podemos encontrar de Suidoken em Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes, principalmente nos heróis que se juntam a nossa jornada. Durante um certo ponto, sentimos que Murayama queria que Eiyuden fosse um sucesso espiritual de Suidoken II, algo bom, certo? Nem tanto e vou explicar o porque no review.

Porém, Hundred Heroes ainda é um JRPG nostalgico e que pode garantir algumas boas horas de diversão aos jogadores. Quer saber tudo sobre esse jogo que conta com mais de 100 personagens para sua party?

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Em busca da paz

Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes se passa no continente de Allraan, onde uma guerra entre o império e uma liga de nações acontece, destacando temas de poder e liberdade. O protagonista, Nowa, lidera uma resistência contra o império, podendo recrutar mais de 100 heróis para te ajudar nessa batalha. A jornada de Nowa o leva por diversas regiões, onde ele encontra aliados dos mais diferentes tipos e enfrenta desafios que vão além do combate, mas que exigem que ele cresça como líder em suas decisões.

Cada herói recrutado possui uma história única e habilidades especiais, enriquecendo a narrativa e adicionando complexidade à missão de Nowa. Tornando a jornada diferente para cada jogador, visto que muitos podem não encontrar todos os heróis e formar equipes diferentes, variando o gameplay.

O jogo vai muito além da guerra, explorando temas como lealdade, honra, justiça e liderança. As intrigas políticas e as relações entre personagens oferecem uma história que atrai tanto veteranos do gênero JRPG quanto novos jogadores.

O ritmo da história é bem manejado, introduzindo mecânicas de jogo e elementos narrativos de maneira gradual. Isso permite que os jogadores se familiarizem com o vasto elenco de personagens e o mundo do jogo sem se sentirem sobrecarregados. Embora a surpresa narrativa possa se perder em certos pontos, a trama mantém o interesse do jogador através de seus momentos destacados e a interação entre os protagonistas principais.

Um JRPG em sua essência

Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes traz a essência dos JRPGs clássicos com seu sistema de combate por turnos. Os confrontos acontecem em duas fileiras estratégicas de três personagens, permitindo táticas avançadas de vanguarda e retaguarda. Cada herói desempenha habilidades únicas e usa armas específicas, fazendo com que estratégias sejam necessárias para cada batalha – principalmente contra chefes.

Os movimentos especiais, impulsionados por mana obtido em combate, oferecem uma camada adicional de estratégia. Além disso, a amizade entre os personagens desbloqueia poderosos combos em duplas, destacando a importância da coesão da equipe.

Após um certo ponto da história, o jogador se encontra em um castelo totalmente destruído e que será utilizado como base. Cabe ao jogador recrutar novos personagens que serão necessários para reconstrução do castelo. Desde cabanas de lenhadores até cozinhas e oficinas, cada instalação é essencial e gerenciada por recrutas únicos que trazem habilidades vitais. O processo de recrutamento de heróis adiciona adiciona também um grande fator de gestão de recursos e desenvolvimento da base.

O jogo se destaca pelo seu vasto elenco de personagens, cada um desempenhando um papel crucial na história. Desde o protagonista, Nowa, até mercenários, cozinheiros e arquitetos, todos têm funções específicas, como magos na vanguarda e especialistas em recursos como lenhadores e construtores para melhorar o castelo. Embora alguns personagens possam utilizar clichês, a maioria é bem desenvolvida, adicionando profundidade à narrativa e à gestão do castelo.

Além disso, as missões secundárias são parte essêncial nessa longa jornada, pois, elas enriquecem ainda mais a história de cada personagem e do mundo. Elas são responsáveis por desbloquearmos mais personagens e expandirmos ainda mais nossa base com recursos. Também temos minijogos, que oferecem uma pausa bem-vinda nos combates e missões, aqui podemos participar dos mais variados tipos de jogos, de corridas até mesmo pesca.

2D que merece respeito

Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes captura a essência dos clássicos JRPGs dos anos 90 com maestria através de pixel art habilmente utilizada. Os personagens são representados por sprites detalhados e expressivos, oferecendo uma animação fluida. Os cenários combinam gráficos modernos com efeitos de luz e texturas definidas, criando uma experiência visual vibrante. O estilo artístico adota o HD-2D, popularizado por jogos como Octopath Traveler, oferecendo um visual familiar e fresco.

A música desempenha um papel crucial em Eiyuden Chronicle, criando uma atmosfera emocionalmente envolvente. A banda sonora reflete o tom de cada cena, com melodias épicas para batalhas e temas melancólicos para momentos de reflexão. As composições, inspiradas nos clássicos JRPGs, incluem instrumentos orquestrais e melodias que complementam a temática medieval e fantástica do jogo.

Eiyuden Chronicle combina gráficos deslumbrantes com uma trilha sonora evocativa para criar uma experiência de jogo imersiva e coesa. Além disso, a música não só acompanha as ações do jogador, mas também serve como condutor emocional e narrativo, tornando cada momento da jornada em Allraan significativo e inesquecível. Este RPG não apenas homenageia os clássicos, mas demonstra como elementos visuais e sonoros podem se unir para formar uma obra-prima moderna e atemporal.

Porém, nem tudo são flores, certo? O jogo a longo prazo se torna repetitivo e cansativo, fazendo com que o jogador utilize a batalha automatica enquanto explora o mapa. Enquanto em batalha de chefes, você realmente precisa utilizar estrategias e traçar a melhora maneira de finalizar o combate.

Além disso, o jogo tenta prender os jogadores com o fator nostalgia e mecânicas clássicas, claro que isso no geral não é ruim, porém, ele poderia ter buscado maiores inovação, não se prendendo apenas a quantidade de personagens e nostalgia. Sem contar algumas cenas que cortam o ritmo do jogo, sendo colocadas em um timing inoportuno.

Tentarem forçar como se Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes fosse um sucesso espiritual de Suidoken, faz com que o jogo se perca em uma identidade própria, sendo que possui potencial para evoluir muito mais.

Veredito final

Prós

• Narrativa Profunda e Diversificada
• Sistema de Combate Estratégico
• Gerenciamento de Base e Recrutamento
• Visual e Trilha Sonora Imersivos

Contras:

• Repetitividade a Longo Prazo
• Foca muito na nostalgia
• Falta inovação, algo além da quantidade de personagens