Silent Hill 2 é um marco nos videogames até hoje, talvez o maior jogo de survival horror já feito. Com uma narrativa muito acima da média, diversos finais, monstros memoráveis – Cabeça de Pirâmide que o diga – e uma ambientação única na cidade de Silent Hill, o jogo se consolidou como um dos maiores clássicos da geração PS2. Porém, após anos e muitos outros jogos da franquia sem relevância, a Konami decidiu colocar a série na geladeira e deixá-la lá até agora.
Em parceria com a Bloober Team, um remake de Silent Hill 2 entrou em desenvolvimento, deixando todos maravilhados e em choque, visto que Resident Evil 2 recebeu esse tratamento e foi um sucesso para a Capcom. Após os primeiros trailers e dúvidas, muitos se questionaram se o remake realmente seria bom ou traria uma jogabilidade duvidosa e gráficos medianos. Porém, Silent Hill 2 Remake é um dos maiores acertos da Konami!
Silent Hill 2 Remake mantém a mesma história do jogo original, porém com algumas melhorias que explicam melhor o enredo. Começamos o jogo no papel de James Sunderland, um homem atormentado que viaja até a enigmática cidade de Silent Hill em busca de sua esposa Mary, que supostamente morreu anos atrás. A narrativa é profunda, explorando temas como culpa, luto e as complexidades psicológicas de James.
O jogo expande a história com novos personagens, como Maria, que se assemelha a Mary, e outros que trazem camadas adicionais ao enredo, revelando suas próprias tragédias dentro da cidade. O remake oferece um contexto mais amplo para as experiências de James, deixando mais explícito ao jogador tudo que o personagem passou, além de explicar o que é Silent Hill e o porquê dele estar lá. Além disso, o remake aprofunda a história de personagens secundários, dando maior importância a eles dentro da trama. Tudo que é feito em relação aos personagens e alguns colecionáveis pode afetar diretamente o final do jogo. Silent Hill 2 Remake conta com oito finais diferentes, sendo dois exclusivos do remake.
A jogabilidade era um ponto-chave nos trailers apresentados, o que deixou muita gente com o pé atrás. Porém, temos uma jogabilidade fiel ao clássico estilo de survival horror, mas com melhorias significativas. Os controles foram modernizados, apresentando uma nova câmera sobre o ombro que facilita a exploração e a interação com o ambiente. O combate é brutal e tenso, permitindo aos jogadores bater nos inimigos e esquivar, mas a IA dos inimigos está muito mais elevada que no original, fazendo com que eles consigam esquivar ou até mesmo segurar seus golpes, tornando as batalhas mais dinâmicas e intensas.
A exploração também foi aprimorada, com mais áreas acessíveis, incluindo a possibilidade de quebrar janelas e investigar locais que antes eram inacessíveis. Além disso, temos pequenos extras chamados de “Ecos do Passado”, que são vestígios de elementos do jogo original que não estão presentes no remake. Os quebra-cabeças foram totalmente renovados, desafiando o jogador a pensar de maneira criativa para avançar na história, sempre com pequenas dicas que não prejudicam a diversão e a imersão do jogo.
Silent Hill 2 Remake entra para o hall dos melhores remakes, ao lado de Final Fantasy 7 Remake/Rebirth, Resident Evil 2 e 4 — simples assim. O jogo se estabelece com uma estrutura gráfica sólida, que não tira a essência do original, mantendo todo o terror e a imersão da cidade. Visualmente, o remake é deslumbrante, com modelos de personagens incrivelmente detalhados e ambientes que respiram vida e o terror de Silent Hill. A representação do nevoeiro é impressionante, criando uma sensação de desorientação sem comprometer a visibilidade do jogador, nem o desempenho da jornada.
O trabalho de áudio é incrível e aterrorizante; enquanto você caminha pelas ruas de Silent Hill, consegue ouvir veículos e pessoas transitando pela cidade, o que contribui para a atmosfera. Cada detalhe, desde as rugas nos rostos dos personagens até as sombras projetadas nas paredes, contribui para uma experiência imersiva. A animação, especialmente a captura de movimento, é notável, trazendo uma nova dimensão às expressões faciais e movimentos dos personagens. Destaco também a criação de cada monstro e chefe do jogo: todos são fiéis ao original, mas com um refinamento único.
Por fim, o desempenho do jogo é outro ponto forte. Durante toda a jornada, não tive problemas com quedas de frames, bugs ou crashes, mantendo-se consistente o tempo todo.
Agradecimento a nossa parceira Nuuvem que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Silent Hill 2 Remake é uma conquista que honra o legado do original ao mesmo tempo em que traz melhorias significativas. A Bloober Team conseguiu equilibrar nostalgia e inovação com precisão, entregando uma experiência envolvente, visualmente impressionante e fiel ao terror psicológico que consagrou a franquia. Apesar de pequenas falhas, nada compromete o impacto geral. É, sem dúvida, um dos remakes mais marcantes já feitos — e uma obra essencial para qualquer fã de survival horror.
Deixe um comentário