Review | Tales of Graces F Remastered – Um retorno polido, mas limitado

Review | Tales of Graces F Remastered – Um retorno polido, mas limitado

Tales of Graces F Remastered é a reedição do clássico de 2009 para PS3, agora com melhorias visuais e de qualidade de vida para consoles atuais. A Bandai Namco tem investido em trazer suas franquias para as novas gerações, e este título aposta principalmente em seu sistema de combate dinâmico para conquistar tanto fãs antigos quanto novos jogadores. Mas será que essa fórmula ainda funciona nos dias de hoje? Vamos descobrir.

A história começa apresentando Asbel Lhant, jovem herdeiro de uma família nobre no reino de Windor. No prólogo, seguimos ele e seus amigos Sophie, uma garota amnésica misteriosa, e Richard, príncipe do reino, numa aventura trágica que separa o grupo. A trama avança sete anos, com Asbel buscando redenção e tentando proteger aqueles que ama. O enredo se desenrola em meio a conflitos entre os reinos de Windor, Fendel e Strahta, todos interessados na disputa pelo eleth — uma substância essencial para tecnologia e sobrevivência.

Ao longo da jornada, dilemas sobre amizade, responsabilidade e sacrifício ganham destaque, enquanto segredos sobre Sophie e a verdadeira ameaça por trás das guerras são revelados. A relação entre Asbel e Sophie, especialmente, evolui de forma convincente e dá peso ao enredo. Apesar de bem construída, a narrativa de Tales of Graces F Remastered não traz inovações e sofre com clichês comuns em JRPGs. Além disso, o prólogo é longo e arrastado, o que pode cansar o jogador antes mesmo da aventura realmente começar.

O combate é um dos pontos fortes do jogo, seguindo o tradicional sistema em tempo real da série Tales. Os encontros acontecem ao entrar em contato com inimigos no mapa, e durante as batalhas podemos alternar entre ataques físicos e mágicos (usando o Cryas), defendendo, esquivando e utilizando habilidades especiais. Cada personagem possui um estilo próprio, e a coordenação entre eles, inclusive com comandos para aliados controlados pela IA, torna as lutas mais estratégicas.

Um aspecto importante é o sistema de Chain Capacity (CC), que limita o número de ataques encadeados que podem ser realizados. Saber administrar essa barra é essencial para evitar ficar vulnerável. A barra de Eleth Burst, por sua vez, permite executar ataques consecutivos sem consumir CC, adicionando uma camada extra de estratégia. No entanto, o jogo sofre com problemas de câmera, principalmente em ambientes fechados, onde a visão pode ficar bloqueada, prejudicando o desempenho nas batalhas. A IA dos aliados é eficiente contra inimigos menores, mas falha em batalhas contra chefes, especialmente em níveis altos, podendo causar frustração ao jogador.

A remasterização trouxe algumas novidades exclusivas, como o Accel Mode, já visto no epílogo Lineage & Legacies. Cada personagem ganha habilidades únicas ao ativar: Asbel é cercado por chamas, Sophie recupera HP, CC e ganha velocidade, e Hubert dispara uma chuva de flechas. Essas adições tornam as batalhas ainda mais dinâmicas e visuais. Também foram implementadas melhorias de qualidade de vida, como a opção de desligar encontros aleatórios, pontos no mapa que indicam o próximo objetivo da história e a possibilidade de pular cenas — facilitando o progresso e reduzindo a repetição.

Outra facilidade importante é a ativação do Grade Shop desde o início do jogo. Nele, o jogador pode comprar aumentos de HP, XP extra em batalhas, mais SP, entre outras vantagens, o que ajuda a adaptar a experiência para diferentes estilos de jogo, seja mais desafiadora ou mais casual.

Visualmente, Tales of Graces F Remastered impressiona pelo upgrade na resolução, detalhes mais nítidos em cenários e personagens, além das animações de combate mais fluidas e efeitos aprimorados durante ataques e no Accel Mode. As cutscenes ganharam traços mais suaves e qualidade superior, enriquecendo a imersão. A trilha sonora de Motoi Sakuraba complementa bem a atmosfera, mas não traz temas tão memoráveis quanto em outros jogos da série. O desempenho também evoluiu, com o jogo rodando a 60fps no PS5, contra os 30fps do original, além da inclusão de opções de acessibilidade.

No entanto, apesar dessas melhorias, alguns problemas técnicos e de design permanecem, e até incomodam em certos momentos. A já citada câmera fixa é um dos principais deles, tornando a visualização e controle durante batalhas em espaços pequenos bastante desconfortáveis. A trilha sonora, embora funcional, não se destaca, deixando o jogo menos impactante em termos de identidade sonora. A IA dos aliados, que poderia ajudar em combates difíceis, falha em momentos críticos, obrigando o jogador a compensar sozinho essas limitações.

Agradecimento a Bandai Namco que nos enviou o jogo para a produção do review!

Conclusão

Tales of Graces F Remastered é um JRPG sólido, com combate dinâmico e visuais melhorados, mas peca na câmera travada, IA limitada e narrativa clichê. Ideal para fãs da série e novos jogadores que buscam uma experiência clássica com polimento moderno.

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