Metal Eden se passa em um futuro distópico onde a humanidade é dominada pela própria tecnologia. O jogador assume o papel de Aska, uma “Hyper Unit”, um super soldado cibernético em uma missão enigmática para erradicar criaturas mutantes e restaurar a ordem. Guiada por uma IA chamada Nexus, Aska começa a descobrir fragmentos de uma história sombria sobre o colapso da humanidade devido ao avanço descontrolado da tecnologia.
O enredo gira em torno de um mistério envolvendo os “Cores”, que os personagens extraem dos inimigos. Esses Cores funcionam tanto como uma arma poderosa quanto como uma maldição. Conforme o jogo avança, Aska começa a questionar sua própria identidade e o papel que desempenha nesse mundo devastado. A trama combina elementos de cyberpunk com ação frenética, enquanto o combate e a exploração impulsionam a busca por respostas e a luta pela sobrevivência.
A narrativa, por mais interessante que possa parecer, tem um início um tanto vago, com informações sendo reveladas de forma gradual. Isso pode deixar o jogador confuso ou frustrado, principalmente no começo, quando a história não se estabelece de forma clara e direta. A falta de uma introdução mais envolvente e objetiva pode prejudicar a imersão de quem esperava um enredo mais direto desde o princípio. A progressão do enredo é lenta, e isso pode afastar jogadores que não têm paciência para uma exposição gradual e enigmática.
Uma das primeiras coisas que chama atenção em Metal Eden é sua movimentação ágil e fluida, lembrando jogos como Titanfall 2. O uso da mochila propulsora permite que Aska realize saltos largos e até um dash para frente, o que dá ao jogador uma sensação de velocidade e liberdade na exploração. Além disso, o jogo incorpora sessões de plataforma, onde é possível correr pelas paredes e saltar entre diferentes locais, algo que traz dinamismo à jogabilidade e quebra a rotina dos encontros com inimigos.
Embora a mecânica de mobilidade traga um toque de frescor, Metal Eden se inspira fortemente em jogos como Doom e Ruiner, o que pode tornar a experiência previsível para jogadores mais experientes. A jogabilidade é satisfatória, mas pouco inovadora. Apenas a extração de Cores se destaca, tornando o título esquecível entre outros do gênero.
O combate, que é o ponto central do jogo, é um shooter em primeira pessoa com uma abordagem frenética e dinâmica, similar ao estilo de Doom. A arma principal tem munição infinita, mas entra em cooldown após um tempo de uso, o que força o jogador a ser mais estratégico durante os tiroteios. Durante a jornada, o jogador também pode coletar outras armas, que ampliam a variedade de ataques. Um dos maiores diferenciais do jogo é a mecânica de extração de núcleos: ao derrotar certos inimigos, é possível extrair seus núcleos e arremessá-los, causando um dano massivo. Esses núcleos também funcionam como uma forma de recuperação de saúde, criando uma interação interessante entre ataque e sobrevivência.
Em termos de inimigos, Metal Eden apresenta uma boa variação. Existem adversários simples, que não oferecem grande desafio, mas também outros com esquivas ou armamentos mais poderosos. No entanto, os inimigos com armaduras são o grande obstáculo: o dano causado neles é reduzido até que sua armadura seja quebrada com um soco. Essa dinâmica de ter que se aproximar e usar o combate corpo-a-corpo para quebrar armaduras oferece uma camada extra de complexidade, o que obriga o jogador a ser mais estratégico e cuidadoso. Mas o jogo acaba caindo em uma certa repetição de mecânica, onde o ciclo de plataformas, combate e avanço se torna previsível. Mesmo que o jogo apresente novos inimigos e cenários, a jogabilidade não evolui substancialmente ao longo das missões.
As arenas circulares, onde o jogador precisa permanecer sobre um ponto marcado enquanto é atacado por inimigos, são um dos desafios mais notáveis em dificuldades mais altas. Esse tipo de desafio exige do jogador uma boa combinação de agilidade e estratégia, já que, enquanto tenta manter a posição, terá que lidar com múltiplos inimigos.
O sistema de melhorias é outro aspecto positivo do jogo. Aska pode aprimorar seu traje, o poder do núcleo e suas habilidades de extração. Melhorias como aumento no alcance de coleta, recarga automática de armas e até mesmo câmera lenta ajudam a dar uma sensação de evolução ao personagem. As habilidades de extração também podem ser melhoradas para aumentar a velocidade, a recuperação de vida e o dano causado. O poder do núcleo, por sua vez, oferece melhorias nos socos e na remoção das armaduras dos inimigos. Além disso, o jogo conta com uma loja onde o jogador pode usar poeira coletada ao derrotar inimigos para melhorar suas armas. No entanto, a exigência de completar desafios específicos com cada arma antes de poder melhorá-las pode ser um pouco frustrante.
Cada nova missão introduz novas mecânicas ou armas, o que mantém a jogabilidade interessante, embora o ciclo de missões se mantenha o mesmo: plataformas, combate e avanço. Uma das novidades introduzidas no jogo é a “forma esférica”, onde Aska se transforma em uma bola e ganha velocidade, danos de relâmpago e a capacidade de disparar mísseis teleguiados. Embora essa forma não seja a mais eficiente, ela adiciona uma camada extra de variedade à jogabilidade.
Visualmente, Metal Eden impressiona com seus cenários futuristas, design detalhado de inimigos e armas. O estilo cyberpunk, que permeia o jogo, é bem executado, e a trilha sonora instrumental complementa a atmosfera com perfeição. O desempenho também é digno de destaque: o jogo roda de forma estável, sem quedas de frame rate ou crashes, o que proporciona uma experiência fluida, mesmo nas seções de combate mais intensas.
Agradecimentos a Deep Silver que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Metal Eden é um shooter frenético com ambientação cyberpunk e ótima fluidez de movimentação, mas peca na originalidade e ritmo narrativo. A jogabilidade é sólida, com destaque para o sistema de extração de Cores e a mobilidade ágil, embora caia em certa repetição. O enredo demora a engajar, o que pode afastar jogadores impacientes. Visualmente impactante e tecnicamente estável, oferece uma boa experiência para fãs do gênero, mas sem grandes surpresas.
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