Suikoden é uma franquia clássica que merecia ser revivida, principalmente após o lançamento de Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes! E finalmente a Konami ouviu os fãs e lançou Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars, uma coletânea que mantendo a essência da franquia e adiciona melhorias de qualidade de vida que tornam as aventuras mais atuais e menos punitivas como antigamente. Além disso, as melhorias visuais tornam tudo ainda mais agradável!

O review será dividido entre Suikoden I e Suikoden II, detalhando a experiência em cada um dos jogos, e logo após isso falarei das melhorias apresentadas na versão remasterizada.

Nesse review eu te explico como esse lançamento é uma carta de amor aos fãs de RPG de longa data.

Política, guerras e sacrifícios

Suikoden narra a jornada de um jovem soldado, filho de um respeitado general do Império da Lua Escarlate. Sua vida muda drasticamente quando seu amigo Ted, portador de uma poderosa Runa da Alma, lhe entrega esse artefato para protegê-lo da feiticeira Windy, que o persegue há séculos. Forçado a fugir, o protagonista se junta a uma resistência que luta contra a corrupção do Império, sendo levado a confrontar não apenas Windy, mas também seu próprio pai.

A trama se destaca por seu tom político e dramático, apresentando traições, sacrifícios e dilemas morais. Embora o enredo comece de forma simples, ele se torna mais denso à medida que o protagonista recruta aliados para sua causa, formando um exército contra o regime opressor. Suikoden introduz um elemento único: a busca pelos 108 Estrelas do Destino, personagens inspirados no clássico romance chinês A Margem da Água. Cada um tem sua própria motivação para entrar na guerra, contribuindo de formas variadas para a rebelião. O jogo também surpreende ao não hesitar em matar personagens importantes e apresentar grandes reviravoltas.

Suikoden II

Já Suikoden II acompanha a jornada de Riou e seus amigos Jowy e Nanami, em meio a um brutal conflito entre a cidade-estado de Jowston e o reino expansionista de Highland. No início, Riou e Jowy fazem parte do Exército Jovem de Highland, mas logo descobrem que o príncipe Luca Blight armou uma traição para justificar a guerra contra Jowston. Separados após escaparem do massacre, os dois seguem caminhos opostos: Riou se torna líder da resistência contra Highland, enquanto Jowy sobe na hierarquia do reino inimigo.

O ponto central da trama está na relação entre Riou e Jowy, amigos de infância que se veem em lados opostos do conflito, apesar de compartilharem o mesmo desejo de trazer paz ao continente. Ambos carregam as Runes of Beginning, artefatos mágicos que simbolizam a dualidade entre destruição e proteção. Assim como o primeiro jogo, aqui temos uma narrativa politica com diversas reviravoltas e sacrifícios. No entanto, o segundo jogo apresenta uma história emocionalmente mais desenvolvida e com um tom mais maduro que o anterior.

Além disso, o segundo título possui um maior desenvolvimento nas relações entre personagens, explorando mais o lado emocional que as nuances políticas possuem.

Suikoden II: Dunan Unification War

A franquia Suikoden se destaca por sua jogabilidade diversificada, combinando exploração, batalhas por turnos, recrutamento de personagens e batalhas estratégicas. O combate tradicional permite equipes de até seis personagens, dispostos conforme seu alcance: curto, médio ou longo. Além dos ataques comuns, é possível usar magias por meio das Runas, que concedem habilidades especiais, e executar ataques combinados, semelhante aos combos de Chrono Trigger.

A série também introduz duelos individuais e batalhas estratégicas. Os duelos funcionam com o jogador escolhendo entre ataque, defesa e especial, onde as suas escolhas devem sobrepor a dos inimigos. As batalhas estratégicas ocorrem em larga escala, exigindo táticas baseadas nas forças e fraquezas das tropas.

Um grande diferencial da série é o recrutamento de 108 personagens, muitos utilizáveis em combate, enquanto outros contribuem para o desenvolvimento da base do jogador. À medida que novos aliados se juntam, a fortaleza evolui, oferecendo melhorias como teletransporte, lojas e serviços adicionais. Esse aspecto incentiva a exploração e escolhas estratégicas nos diálogos para recrutar novos membros.

Vale destacar que Suikoden II é uma notável evolução do primeiro jogo com combate mais refinado, com ataques combinados diversificados e novas runas que possuem importância na história. Além disso, o jogo conta com diversas missões secundárias e interações únicas, tornando a experiência ainda mais completa que o anterior.

A versão definitiva de dois clássicos

Agora é a hora da verdade e vamos falar sobre as melhorias que Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars traz para a série. Primeiramente, temos que destacar o trabalho audiovisual feito, tornando a experiência mais agradável, seja com cenários refeitos ou até mesmo como design de personagens.

Os ambientes foram retrabalhados para trazer mais detalhes e profundidade, enquanto os sprites dos personagens foram refeitos para uma aparência mais atualizada. Todo o visual foi redesenhado e refeito, mas sempre mantendo a identidade artística dos jogos originais. Além disso, a interface do usuário foi redesenhada, tornando os menus mais intuitivos e modernos.

O som também recebeu um tratamento especial. A trilha sonora e os efeitos sonoros foram remasterizados, aprimorando a imersão tanto nas batalhas quanto na exploração. Além disso, os textos foram melhorados, com uma localização melhor e com mudanças significativas para o inglês.

As melhorias na jogabilidade são um dos pontos altos da remasterização. O novo modo de batalha rápida permite acelerar os combates, tornando a progressão mais dinâmica, enquanto o modo de auto-batalha torna o farm de level mais tranquilo, permitindo que os personagens sejam controlados por IA. Além disso, agora é possível escolher entre três dificuldades logo no inicio de cada jogo, sendo o modo difícil um belo desafio extra para os jogadores.

Uma das adições que mais gostei foi a possibilidade de correr desde o início, é uma melhoria que facilita a exploração, eliminando a necessidade do Holy Orb no primeiro jogo. Além disso, o jogo roda sem bugs e problemas de fps, tornando a experiência mais fluida.

Revivendo antigos problemas

Apesar de suas qualidades, Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars possui falhas novas e antigas. O sistema de inventário ainda é um problema sério, visto que cada personagem conta com apenas nove espaços, exigindo gerenciamento constante e tornando a progressão lenta.

O sistema de batalha estratégica e duelos não funcionam bem em ambos os jogos. É um sistema que envelheceu mal e poderia ter passado por algumas melhorias.

O sistema de salvamento automatico é horrível e não funciona tão bem quanto deveria. Logo no inicio do jogo, estava mais com uma hora e trinta minutos de jogo, e o sistema havia salvo meu jogo apenas aos 30 minutos e nada mais. O sistema deveria ser habilitado para salvar de tempos em tempos ou a cada nova região que chegamos.

A Konami poderia ter se dado ao trabalho de localizar os jogos para PT-BR, visto que possui uma grande fã base no Brasil, isso iria aproximar ainda mais as novas gerações de jogadores desses títulos clássicos.

Agradecimento a Konami que nos enviou o jogo para a produção do review!

Veredito Final

Suikoden I & II HD Remaster: Gate Rune and Dunan Unification Wars é uma verdadeira carta de amor aos fãs de RPGs clássicos. Mantendo a essência dos originais, a coletânea aprimora a experiência com gráficos renovados, trilha sonora remasterizada e melhorias na jogabilidade, tornando-a mais acessível e dinâmica. Apesar de falhas antigas persistirem, como o sistema de inventário e batalhas estratégicas datadas, o pacote é essencial para novos jogadores e veteranos.