Dragon Quest II HD-2D Remake – Review

Dragon Quest II HD-2D Remake – Review

A Square Enix continua seu resgate de jogos clássicos da era de ouro dos JRPGs, trazendo de volta um dos títulos mais ambiciosos e revolucionários. Lançado originalmente em 1987, Dragon Quest II foi responsável por expandir o universo criado no primeiro jogo, adicionando um mundo maior e com ainda mais segredos, mas também uma narrativa mais complexa onde temos três protagonistas. Em Dragon Quest II HD-2D Remake, a empresa combina a nostalgia e modernidade em uma recriação que mantém a essência clássica da série, mas eleva o nível com visuais ainda mais deslumbrantes, trilha sonora orquestrada e melhorias de qualidade de vide que tornam a jogabilidade mais acessível e estratégica.

Enquanto Dragon Quest I HD-2D Remake contava uma história solitária de heroísmo, Dragon Quest II expande de forma incrível ao introduzir três personagens jogáveis: o príncipe de Midenhall, o príncipe de Cannock e a princesa de Moonbrooke. No entanto, a versão HD-2D expande ainda mais, trazendo uma nova personagem que pode ser recrutada para a party. Cada personagem tem habilidades únicas e papéis complementares, enriquecendo a narrativa e tornando o sistema de combate mais complexo e estratégico.

A história gira em torno de deter o rei maligno Hargon, que ameaça enfiar o mundo em trevas através de magia negra. O remake expande a narrativa com diálogos inéditos, cenas adicionais e principalmente maior profundida nas interações entre os personagens, dando maior personalidade ao quarteto e adicionando ainda mais emoção à jornada dos heróis. As conversar com aldeões e criaturas lendárias ajudam a contextualizar o perigo que Alefgard sofre, conectando toda a trilogia de Erdrick de forma mais natural.

Além disso, a história faz referências ao primeiro e ao terceiro jogo, principalmente em alguns conteúdos extras a serem explorados, como o confronto com o neto do Dragonlord.

Dragon Quest II continua sendo um grande desafio, ainda mais que seu antecessor. O combate por turnos é o centro das batalhas, mas agora existem melhorias de qualidade de vida e sistemas estratégicos. É possível organizar a formação dos heróis, afetando diretamente o ataque, defesa e resistencia aos ataques inimigos, além de termos atalhos para magias e itens. Além disso, o autosave está presente em diversos pontos da história, mas sendo possível utilizá-lo ao pausar o jogo e parar a jornada.

Assim como no primeiro jogo, é possível ajustar a velocidade do combate, ajustar a batalha para atacar automaticamente e principalmente colocar marcadores no mapa, seja para a missão principal, áreas secretas ou baús. Para tornar a experiência mais inclusiva, o remake oferece modos de dificuldade ajustáveis. Jogadores iniciantes podem optar por um modo mais acessível, com inimigos menos agressivos e ganho de experiência acelerado, facilitando a progressão sem eliminar o senso de aventura. Já os veteranos podem manter o desafio clássico, que exige domínio das mecânicas, bom gerenciamento de recursos e estratégia em cada batalha.

Mesmo com tantas opções de acessibilidade, o jogo não abre mão do desafio. No modo normal, você ainda vai precisar upar seus personagens, equilibrar o uso de itens e aprimorar equipamentos para seguir adiante — e, inevitavelmente, vai sofrer um pouco no processo.

Os Selos e Pergaminhos retornam aqui, trazendo ainda mais estratégia ao combate e recompensas ao explorar. Cada herói tem seu próprio conjunto de habilidades e magias que podem ser adquiridos através dos Pergaminhos. Enquanto os Selos tornam o combate ainda mais robusto com passivas e combos adicionais que são cruciais em certos momentos.

A diversidade entre os personagens torna as batalhas mais táticas: o príncipe de Midenhall é o guerreiro físico do grupo, a princesa atua como suporte e curandeira, o príncipe de Cannock equilibra ataques físicos e magias ofensivas. Essa combinação exige planejamento, especialmente contra chefes que exploram as fraquezas de cada herói.

A exploração ficou ainda mais completa que o primeiro jogo. Os mapas foram ampliados e redesenhados com novas áreas, ilhas secretas e diversos santuários escondidos. Além disso, a exploração não acontece apenas em terra firme, é possível utilizar seu navio para desbravar as profundezas dos mares que possuem diversos inimigos, santuários e áreas secretas – e até mesmo um navio fantasma.

As missões secundárias também se destacam pela originalidade e por expandirem em muito a história de Alefgard. Em diversos pontos dessas missões, somos apresentados a personagens do passado que nos contam sobre o primeiro herói, Dragonlord e várias referências ao primeiro jogo. Também encontramos menções diretas a outros jogos da franquia, como Dragon Quest XI. Além disso, as mini medalhas retornam, com 80 delas para coletar, oferecendo recompensas exclusivas, como pergaminhos, armaduras e diversas armas poderosas.

Essas pequenas adições tornam Alefgard um lugar ainda mais fascinante para explorar, pois dão a sensação de continuidade na história. Elas mostram que o tempo passou, mas os mitos continuam vivos.

Falar sobre o estilo e direção de arte aqui é chover no molhado. O estilo HD-2D é uma das maiores virtudes da Square Enix, e Dragon Quest II exemplifica perfeitamente o equilíbrio entre nostalgia e modernidade. Os sprites bidimensionais de personagens envoltos em um mundo tridimensional detalhados, cria uma estética vibrante e encantadora. As cidades, cavernas, templos e principalmente cidades submersas ganharam ainda mais vida com cores vibrantes e efeitos que reforçam a imersão.

A nova versão da trilha sonora trouxe arranjos orquestrais que reimaginam as composições de Koichi Sugiyama, conferindo uma riqueza sonora impressionante. As músicas épicas acompanham cada viagem pelo mapa e cada batalha contra Hargon e seus servos, intensificando o drama da jornada.

Apesar de todos os seus acertos, o remake carrega um problema que incomoda profundamente: a ausência da localização em português. A Square Enix, mesmo com muitos diálogos, menus e tutoriais, não disponibiliza o jogo em PT-BR, afastando parte do público brasileiro e dificultando a imersão. Isso é uma falha, especialmente para um título tão rico em narrativa.

Dragon Quest II HD-2D vale a pena?

Dragon Quest II HD-2D Remake é, sem dúvida, uma reinvenção brilhante de um clássico atemporal. Com uma combinação impecável de nostalgia e inovação, ele não só preserva a essência que fez o original ser tão marcante, mas também a aprimora com visuais, mecânicas mais modernas e uma narrativa expandida que faz justiça à grandiosidade da história. A Square Enix conseguiu equilibrar desafios, acessibilidade e um mundo imersivo, agradando tanto aos fãs de longa data quanto aos novatos, mantendo todos cativados. Se você é fã de JRPGs ou simplesmente busca uma experiência envolvente, o Dragon Quest II HD-2D Remake é uma verdadeira obrigação!

Agradeço à Square Enix Latam pelo envio do jogo para review.

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