Marvel Cosmic Invasion é mais do que um beat ‘em up, é um grande tributo aos jogos de heróis 2D da década de 90, trazendo de volta o espírito dos clássicos mas com personalidade e melhorias que tornam o título atual. O jogo possui bases sólidas do gênero, com uma campanha linear e simples, que entretém e entrega uma narrativa bem construída. As animações são lindas, fluidas, e o sistema de progressão é robusto, com ótimos conteúdos extras.
A Tribute Games vai fundo na proposta, trazendo um título que respeita sua herança de jogos clássicos como X-Men: Mutant Apocalypse e Captain America and The Avengers, mas também traz muito das HQs. Mesmo décadas após o auge dos arcades, Marvel Cosmic Invasion mostra como o gênero ainda pode ser vibrante e cheio de personalidade.
Marvel Cosmic Invasion nos leva para o universo Marvel de uma forma única, mas com uma narrativa direta, exagerada e divertida, remetendo aos mundos conhecidos nas HQs dos anos 90. A história não tenta ser algo tão grandioso, e é justamente ai seu charme, fazendo com que cada capítulo parece uma breve história que pode ser vivida por diversos heróis, contando com muita ação, diálogos simples e eficientes, e claro, um grande vilão no final.
O jogo começa com um breve prólogo que nada mais é que um tutorial com o personagem Nova, aqui aprendemos os fundamentos do combate e como o ritmo do jogo vai ser. É logo após esse breve momento que a narrativa é estabelecida, onde o universo está em colapso após o Aniquiliador desencadear uma investida conquistá-lo. Nesse caos inicial, o jogo destaca que cada herói mantém a identidade e características únicas que conhecemos pelas histórias, mostrando que não se trata apenas de um beat em up, mas um jogo que tem personalidade e não esquece das origens desse universo.
A campanha se baseia em fases lineares ambientadas em locais clássicos da Marvel, indo dás ruas caóticas de Nova York a planetas distantes, bases militares e instalações alienígenas. Apesar de seguirem a estrutura de derrote os inimigos até chegar ao chefe, a variedade visual e temática de cada fase mantém o frescor do jogo. Mas não só isso, a possibilidade de trocar de personagens a qualquer momento, criar novas duplas e completar missões secundárias, fazem com que o fator replay seja denso.
As missões extras apesar de parecem bobas, possuem uma variedade interessante, obrigando o jogador a utilizar novos personagens. Algumas delas são simples, como libertar alguns mutantes presos, outras são mais complicadas e exigem a realização de ataques e combos. Cumpri-las rende Cubos Cósmicos, que são utilizados para liberar diversos extras. Aqui, Cosmic Invasion brilha e entrega um honesto conteúdo, trazendo artes conceituais, novas cores para os personagens, faixas musicais e modificadores para o modo arcade.
No entanto, apesar das qualidades, eu realmente achei a campanha e a duração das fases bem curtas. Eu sei que o genero não é conhecido por sua longevidade e que o fator replay através da troca de duplas gera mais conteúdo, mas ainda assim pode incomodar alguns jogadores.
Como um grande beat em up, é no combate que o jogo revela todo seu potencial. Desenvolvido sobre bases sólidas do jogo gênero, ele inova e não é apenas um apertar o botão sem parar até derrotar os inimigos. É preciso timing para o combate, onde é possível atacar, defender e até mesmo aparar ataques inimigos (algo extremamente útil contras chefes). O destaque aqui é quantidade de heróis e suas características únicas, tornando a experiência vasta e personalizável através das mais diversas duplas. Cada heróis possui sua própria cadência, alcance e tempo de recuperação. Além disso, é possível trocar de personagem à qualquer momento, funcionando como uma estratégia de combate para escapar de combos e se reorganizar, mas também como uma forma de realizar ainda mais dano.
A escolha de duplas, como dito, é a camada mais profunda aqui. A variedade de estilos faz com que o jogador sempre pense em formar duplas únicas, como Capitão América e Nova, ou Wolverine e Surfista Prateado, fazendo com um sobreponha a fraqueza do outro. Essa sinergia é essêncial, como por exemplo, o próprio Capitão é um personagem forte, mas que recebe muito dano, já o Wolverine é brutal em todos os aspectos e até meio desbalanceado às vezes. Já o Venom é força bruta, mas que ao utilizar sua “teia” gera uma estratégia à mais no combate. Essa gestão de personagens parece simples, mas é extremamente divertida, com animações fluidas e que possuem impacto.
Outro grande destaque são os especiais que cada um deles possuem. São ataque viscerais e que remetem a golpes já vistos em diversos jogos, filmes ou HQs, podendo limpar a tela e ajudar o jogador a lidar com grandes ondas de inimigos, principalmente se estiver no modo cooperativo. Além disso, ao utilizar cada personagem, eles sobem de nível, abrindo mais passivas, mais vida e outros atributos. Os personagems ganham pontos de experiência ao final da fase e caso termine em um bom tempo e sem dano, mais XP você ganha.
Como não poderia deixar de ser com a Tribute Games, a experiência visual de Marvel Cosmic Invasion é marcante e traz animações 2D modernas. Cada personagem possui movimentos únicos, expressivos e fiéis às suas características dos quadrinhos. Já os cenários possuem profundidade, efeitos de luz e elementos dinâmicos que reforçam a identidade de cada fase.
O desempenho é sólido e durante toda a jornada não tive qualquer problema com frames ou crashes. Até mesmo em momentos com dezenas de inimigos, explosões e golpes especiais ocupando a tela, o jogo se manteve estável. Os comandos são responsivos e tornam a fluidez e o ritmo do jogo perfeito.
A trilha sonora é um show a parte, mesmo com sua simplicidade, ela traz músicas únicas e com clima de filme de super heróis. Cada fase tem sua própria composição, mantendo o ritmo acelerados e tornando a ação ainda mais inversiva. Os efeitos sonoros também se destacam pelo tom de desenho que esperamos para os golpes e efeitos incríveis para os especiais.
Enquanto a dublagem me surpreendeu, mesmo que em inglês, as interpretações equilibram humor, exagero e personalidade, lembrando os clássicos desenhos da década 90, como X-Men (1992) ou até mesmo Spider-Man: The Animated Series. Para quem cresceu acompanhando essas obras, tudo aqui é um grande deleite. As provocações entre personagens e as falas ao trocar de personagens fazem com que cada dupla tenha um brilho único.
Marvel Cosmic Invasion vale a pena?
Marvel Cosmic Invasion é um excelente resgate do espírito dos beat ’em ups dos anos 90, combinando nostalgia com mecânicas modernas. A campanha é simples, mas envolvente, apoiada por animações 2D impecáveis, trilha empolgante e dublagem cheia de personalidade. O grande destaque está na variedade de heróis, sinergias entre duplas e sistema de progressão cheio de conteúdos extras. O combate é técnico, divertido e recompensador, especialmente no cooperativo.











