Review | Star Overdrive – Estilo, ação e uma prancha

Review | Star Overdrive – Estilo, ação e uma prancha

Star Overdrive é uma aventura em mundo aberto com uma pegada estilizada e atitude punk, que mistura exploração, combate e quebra-cabeças ao som de muito rock alternativo. Desenvolvido pela Caracal Games e publicado pela Dear Villagers, o jogo finalmente chegou ao PlayStation 5. Claramente inspirado por The Legend of Zelda: Breath of the Wild, o título aposta em uma prancha voadora como principal mecânica de locomoção e um visual cel-shaded que reforça sua identidade descolada.

Na pele de BIOS, um protagonista com alma de astro do rock, o jogador responde a um chamado misterioso vindo do planeta Cebete. Após cair nesse mundo árido e aparentemente abandonado, BIOS parte em busca de sua companheira desaparecida, NOUS, enquanto investiga os rastros deixados por uma corporação mineradora. A narrativa é direta e um pouco exagerada em certos momentos, com diálogos que soam teatrais. No entanto, o tom “over the top” casa bem com o universo do jogo. A ambientação também colabora: desertos vastos, ruínas e cavernas silenciosas criam uma sensação de solidão e mistério que remete a jogos como Journey e Shadow of the Colossus.

O grande destaque de Star Overdrive é a locomoção com a prancha voadora. Ela permite cruzar o mapa em alta velocidade, realizar manobras aéreas e explorar de forma vertical e criativa. A movimentação é fluida e prazerosa, ainda que alguns problemas técnicos, como queda de desempenho, atrapalhem em momentos mais exigentes.

As estações de mineração funcionam como “dungeons”, oferecendo puzzles e desafios de plataforma. A recompensa ao final é um Power Node, utilizado para evoluir habilidades em um sistema de progressão simples, mas funcional. Durante a exploração, é possível encontrar fitas cassete que desbloqueiam novas habilidades. Algumas são utilitárias, como a Jump Pad Tape, que lança o personagem no ar. Outras adicionam elementos criativos ao combate e à exploração, incentivando experimentação.

A principal arma de BIOS é uma keytar que funciona como espada e instrumento musical. Os combates seguem um esquema tradicional de ataque leve, pesado, defesa e especial. Visualmente, cada golpe é embalado por efeitos sonoros intensos, criando uma espécie de show musical. A variedade de inimigos mantém os confrontos interessantes, com insetos elétricos, criaturas voadoras e vermes gigantes. No entanto, o combate sofre com física exagerada e uma câmera que nem sempre coopera. O sistema de parry é pouco intuitivo e a bolha de escudo pode poluir a tela em lutas mais caóticas.

Durante a exploração, BIOS coleta recursos para melhorar sua prancha — tanto em desempenho quanto visualmente. Cada upgrade afeta velocidade, controle, capacidade de boost e até estética. Com o tempo, é possível desbloquear novas funções, como usar a prancha como arma auxiliar ou convocá-la durante batalhas. Apesar de não ser um sistema profundo, ele estimula o jogador a explorar mais do mundo e experimentar novas combinações.

As missões principais envolvem a descoberta de novos biomas, resolução de puzzles nas dungeons e a busca por NOUS. Já as atividades secundárias incluem desafios de tempo, batalhas contra chefes opcionais e coleta de itens escondidos. Os puzzles utilizam física e mecânicas ambientais com certa liberdade. Em alguns casos, é possível resolver enigmas de formas não planejadas pelo jogo — e isso é recompensado, não punido, reforçando a proposta de criatividade na abordagem.

O visual cel-shaded em tons quentes e saturados cria um mundo desértico com forte identidade visual. Apesar de certa repetição entre os biomas, o design é coeso e transmite bem a atmosfera alienígena de Cebete.

A trilha sonora mescla punk, eletrônico e rock alternativo, com destaque para os momentos de combate. Durante a exploração, há longos períodos de silêncio que aumentam a imersão, mas o jogo poderia ousar mais musicalmente para reforçar sua personalidade sonora.

Quanto ao desempenho, o jogo roda de forma perfeita e fluida! Durante toda a jornada não tive qualquer problema de crashs, quedas de fps ou tempos de carregamento longos demais. A performance no PS5 é totalmente otimizada.

Agradecimentos a Dear Villagers que nos enviou o jogo para a produção do review!

Conclusão

Star Overdrive não reinventa a fórmula de ação em mundo aberto, mas entrega uma aventura estilosa, criativa e com personalidade própria. A movimentação com a prancha voadora é seu grande diferencial, oferecendo momentos genuinamente divertidos. Mesmo com limitações técnicas e combate com falhas, o título mostra que atitude e estilo ainda contam muito — principalmente quando combinados com boa dose de criatividade.

Avatar de George Oliveira

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *