Mais um soulslike está entre nós! Enotria: The Last Song chega ao PS5 contendo um grande potencial com seu sistema de máscaras e grande variedade de armas. Posso dizer que o jogo consegue se destacar em certos pontos, diferente de muitos jogos do genero atualmente.

Quer saber todos os detalhes de Enotria: The Last Song? Vem comigo nesse review!

Uma história que poderia ser melhor contada

Em Enotria: The Last Song, o jogador assume o papel do Maskless One, uma marionete de madeira em busca de quebrar um ciclo de estagnação imposto pelo Canovaccio, uma força misteriosa. O cenário, ricamente inspirado no folclore italiano e na Commedia dell’Arte, confere um toque singular à narrativa. Embora o jogo adote a abordagem típica da história fragmentada, como todo Soulslikes, ele apresenta a trama de maneira intrigante. O mundo se enche de personagens coloridos, incluindo o guia recorrente Pulcinella, que oferece contexto e provocações ao jogador.

A exploração revela uma profusão de máscaras, cada uma conferindo habilidades e passivas únicas que alteram tanto a aparência quanto o estilo de combate do protagonista. Apesar da profundidade temática, a entrega da narrativa carece de clareza, deixando muitos jogadores confusos sobre como os elementos se conectam. Os momentos de lore estão dispersos em entradas do Compêndio e em diálogos com NPCs, mas a falta de desenvolvimento de personagens e de cenas impactantes torna a história menos envolvente. No geral, embora o mundo de Enotria seja visualmente deslumbrante e suas premissas sejam cativantes, a execução narrativa deixa a desejar, pedindo mais coesão e profundidade.

Divertido e desafiador

Enotria: The Last Song traz uma jogabilidade que combina elementos clássicos dos Soulslikes com inovações próprias, especialmente através de seu sistema de Máscaras e a mecânica de affinidades elementares. O combate é baseado em uma abordagem de resistência, onde o jogador deve gerenciar estamina enquanto enfrenta inimigos em cenários ricos e intricados.

As armas são variadas, desde espadas leves a grandes espadões, cada uma com um ritmo de ataque distinto. No entanto, um dos aspectos mais inovadores é o sistema de Máscaras: cada Máscara encontrada não só muda a aparência do personagem, mas também confere habilidades únicas e buffs que impactam diretamente o estilo de combate. Isso permite uma personalização de builds em tempo real, algo que enriquece a experiência e oferece novas estratégias contra diferentes inimigos.

Um ponto que diferencia Enotria de outros jogos do gênero é o uso das Linhas de Máscara, que são habilidades acionáveis ligadas a elementos. Essa mecânica de rock-paper-scissors exige que os jogadores infundam suas armas com elementos específicos para tirar vantagem em combate, embora a falta de indicações visuais claras possa tornar essa dinâmica um pouco confusa.

A ênfase em parry e um sistema de quebra de defesa acrescentam uma camada de profundidade ao combate, permitindo ataques devastadores após um bom timing de defesa. Embora a jogabilidade apresente algumas falhas na fluidez, como animações às vezes desajeitadas e uma sensação de peso nas armas, o potencial para builds variadas e a exploração de ambientes labirínticos fazem de Enotria uma adição interessante ao gênero.

Um belo destaque graficamente

Enotria: The Last Song se destaca visualmente graças ao uso do Unreal Engine 5, que traz uma representação vibrante e detalhada do ambiente inspirado na Itália. Os cenários são ricos em textura e cor, capturando a essência das paisagens mediterrâneas, desde campos de girassóis até vilarejos medievais. A iluminação é particularmente impressionante, com efeitos de luz que realçam a atmosfera dos diversos locais, criando uma sensação de imersão.

A qualidade gráfica se reflete em detalhes minuciosos, como a vegetação e a arquitetura, que ajudam a construir um mundo que parece vivo e dinâmico. Cada uma das quatro zonas principais do jogo tem sua própria estética distinta, garantindo que os jogadores sempre descubram algo novo e visualmente estimulante.

Apesar da beleza gráfica, alguns problemas técnicos podem ser notados, como quedas de frame rate e animações que podem parecer desajeitadas em certas situações. No entanto, a riqueza do design e a atenção aos detalhes ainda fazem de Enotria um jogo visualmente atraente, que se destaca entre outros títulos do gênero. Em suma, mesmo com algumas falhas, os gráficos de Enotria conseguem criar uma experiência envolvente e cheia de personalidade.

Alguns updates e tudo melhora!

Enotria: The Last Song, apesar de seu potencial, enfrenta problemas que comprometem a experiência do jogador. Um dos principais pontos negativos são os bugs e glitches. Alguns inimigos e chefes congelam ocasionalmente, tornando as batalhas simples e com vitórias que podem quebrar a imersão.

Outro aspecto problemático é a performance do jogo. Apesar de seus gráficos impressionantes, o título sofre com quedas de fps e pequeno travamentos em momentos de ação, o que compromete a fluidez do combate. Tornando uma experiência frustrante para aqueles que esperam uma experiência mais dinâmica.

A clareza nas mecânicas de jogo também deixa a desejar. O sistema de afinidades e o uso das Máscaras não são bem explicados, deixando muitos jogadores confusos. A falta de indicações visuais sobre a eficácia dos elementos contra inimigos torna a mecânica de combate menos intuitiva.

Além disso, o design de nível apresenta desafios. A falta de clareza na progressão pode fazer com que os jogadores se sintam perdidos, desperdiçando tempo na busca por caminhos corretos. Por fim, o combate pode ser meio clunky, com animações lentas e uma falta de feedback visual e sonoro, diminuindo a imersão. Apesar de uma mecânica de parry bem desenvolvida, a sensação geral pode parecer desajeitada em momentos críticos.

Agradecimentos a Jyamma Games que nos enviou o jogo para a produção do review.

Veredito Final

Enotria: The Last Song é uma adição intrigante ao gênero Soulslike, com uma estética impressionante e mecânicas inovadoras que oferecem um potencial significativo. No entanto, os problemas técnicos e a falta de clareza na narrativa e nas mecânicas podem frustrar jogadores que buscam uma experiência mais fluida e coesa. Com atualizações e ajustes, o jogo pode realmente brilhar e entregar uma experiência memorável.