Final Fantasy 7 foi um dos jogos mais marcantes da minha vida, então sou suspeito para falar dessa obra de arte. Quando a parte 1 de Final Fantasy 7 Remake foi lançada, eu fiquei tranquilo, sabendo que algo grandioso estava por vir. A Square Enix não falharia com sua galinha dos ovos de ouro. Porém, Final Fantasy 7 Remake foi muito além das minhas expectativas, trazendo um mundo mais rico, explorando melhor todos os lados da história, aumentando as missões secundárias, mas principalmente dando mais importância aos personagens secundários da trama.

Quando terminei o Remake, logo pensei “O que vamos ter agora que o mundo vai se abrir e se expandir ainda mais?” Tive receios, mas confiei no trabalho de Nomura e companhia. Final Fantasy 7 Rebirth eleva o nível da franquia a um novo patamar, mostrando que é possível manter a essência do jogo principal, mas inovar em missões secundárias e se arriscar na história.

Vem comigo, vou te explicar neste review porque Final Fantasy 7 Rebirth é meu jogo do ano e com certeza um dos melhores jogos de 2024.

O momento crucial

Final Fantasy 7 Rebirth continua a épica história de Cloud Strife e seus amigos na missão de salvar o planeta de forças ameaçadoras. Após os eventos intensos de Final Fantasy 7 Remake, onde o grupo enfrentou Sephiroth e os mistérios que cercam sua verdadeira natureza, a história de Rebirth leva o jogador para além dos limites de Midgar, abrindo um mundo vasto e cheio de novas aventuras, desafios e revelações.

A história começa com um flashback em Kalm, onde Cloud compartilha suas memórias de uma missão que realizou com Sephiroth anos antes. Essa parte é crucial, pois revela detalhes do passado de Cloud, a destruição de Nibelheim, e dá uma visão mais profunda da relação complexa entre Cloud e Sephiroth. Esta narrativa estabelece o tom para os eventos seguintes e lança novas dúvidas sobre a identidade e as memórias de Cloud.

Após Kalm, o grupo se aventura em um mundo vasto, onde o domínio da Shinra é evidente, e os estragos causados pela extração de Mako são visíveis em todos os lugares. A resistência contra a corporação continua, com o grupo se envolvendo em várias missões para minar os planos da Shinra. Ao longo do caminho, eles encontram aliados e enfrentam inimigos que testam suas habilidades e sua determinação.

Sephiroth, o antagonista principal, continua sendo uma presença ameaçadora, manipulando eventos e pessoas para alcançar seus próprios objetivos. O grupo é constantemente perseguido por Sephiroth, que está sempre um passo à frente. Por fim, ao longo da história, o jogador visita locais icônicos de Final Fantasy 7, cada um com seu charme e mistérios a serem descobertos.

Personagens e Destino: Os desafios de Rebirth

Rebirth aprofunda as histórias dos personagens principais, como Tifa, Barret, Aerith, e Red XIII. Cada um deles tem momentos dedicados à sua história e desenvolvimento, permitindo que o jogador entenda melhor suas motivações, medos e esperanças. Essas interações não só enriquecem a narrativa, mas também reforçam os laços de amizade e confiança entre os membros do grupo.

Um dos temas centrais de Rebirth é a ideia de destino e livre arbítrio, personificada pelos “Arbiters of Fate”. Esses seres misteriosos parecem ter um papel crucial em garantir que certos eventos ocorram como deveriam, mas a interferência deles levanta questões sobre o que é realmente imutável e o que pode ser alterado. Isso adiciona uma camada de tensão à narrativa, pois os personagens se veem lutando não apenas contra inimigos físicos, mas também contra forças que tentam moldar seu destino.

Ao longo da história, o grupo enfrenta desafios cada vez maiores, desde batalhas épicas até decisões morais difíceis. A trama de Rebirth é recheada de reviravoltas, mistérios e momentos emocionantes que mantêm o jogador engajado. Além disso, as revelações sobre o passado dos personagens, as verdadeiras intenções de Sephiroth, e o papel da Shinra na destruição do planeta são exploradas em profundidade, preparando o terreno para o próximo capítulo da saga.

Diferenças narrativas

Final Fantasy 7 Rebirth representa uma mudança significativa na história do jogo original, enfatizando uma reimaginação moderna em vez de um remake direto. Enquanto FF7 Remake seguiu de perto o original com alguns novos detalhes, Rebirth introduz grandes mudanças devido à sua estrutura menos linear e mais deliberadamente ritmada, às novas capacidades de hardware do console e às tentativas de envolver os fãs de longa data.

Uma das mudanças mais significativas é o desenvolvimento mais profundo dos personagens, como o histórico expandido de Yuffie e sua nova introdução, e o recrutamento de Cid e Vincent. As mecânicas de romance agora apresentam seis cenas de encontro. Os eventos foram rearranjados, com Cid aparecendo mais cedo e certos eventos chave ocorrendo em locais diferentes.

Novos personagens e papéis expandido para personagens menores, como Chadley, enriquecem o mundo de Gaia. Missões secundárias adicionais e conteúdos extras fornecem mais profundidade e vida à Midgard, tirando o ritmo acelerado da história principal. Eles elaboram melhor o histórico da Black Materia e da tribo Gi, adicionando mais ao lore e explicando de forma mais profunda todos os acontecimentos em volta da Materia.

Existe uma grande mudança na história, mas não citarei ela aqui por ser um grande spoiler e poder estragar a experiência de quem ler o review – mesmo ele sendo lançado meses após o jogo sair.

Um sistema de combate ainda melhor

Final Fantasy 7 Rebirth traz uma jogabilidade refinada e dinâmica, evoluindo os sistemas introduzidos em Final Fantasy 7 Remake. A experiência combina ação em tempo real com elementos clássicos de RPG, permitindo que os jogadores controlem uma equipe de três personagens, alternando livremente entre eles durante os combates.

O sistema de combate é centrado no medidor ATB, que se preenche conforme os ataques básicos são realizados e o tempo avança. Quando cheio, permite que os personagens realizem habilidades especiais, usem itens ou conjurem feitiços, criando uma dinâmica de gerenciamento de tempo e recursos. A sinergia de equipe, apresentada durante a DLC da Yuffie, retorna em Rebirth e permite que os personagens realizem ataques combinados ao atenderem certos critérios. Isso promove uma estratégia mais integrada e incentiva o uso de toda a equipe.

O sistema de Materia, essencial para personalizar habilidades mágicas e de suporte, continua a ser um dos pilares do jogo. Com a introdução de Materias de sinergia, os jogadores podem realizar ataques combinados, adicionando uma camada extra de estratégia. Cada personagem possui habilidades únicas que podem ser aprimoradas ao longo do jogo, desbloqueando novas capacidades à medida que progridem.

Além disso, o jogo apresenta uma grande quantidade de armas e acessórios, permitindo uma personalização mais profunda da equipe. Limite Breaks e ataques especiais, que utilizam o medidor ATB, oferecem ainda mais variedade e poder ao combate.

Midgard é um lugar único

Em Final Fantasy 7 Rebirth, o jogo enriquece a experiência do jogador com um mundo vasto e detalhado, apresenta missões secundárias diversificadas e oferece uma variedade de mini jogos. Cada um desses elementos contribui para uma vivência imersiva e dinâmica. O mundo do jogo recria regiões icônicas com uma escala ampliada, oferecendo áreas interconectadas que vão de florestas e montanhas a cidades e ruínas misteriosas.

Além disso, cada região possui seu próprio clima e estilo visual, proporcionando uma exploração variada. NPCs encontrados durante a jornada trazem histórias e personalidades únicas, além de oferecer missões secundárias que impactam o mundo ao redor, desbloqueando novas áreas e revelando mais sobre a trama e os personagens.

A exploração do mundo também recebe melhorias significativas. Os personagens podem se mover com maior liberdade, escalando superfícies e pulando obstáculos sem prompts específicos, o que torna a exploração mais fluida. Cada região é repleta de segredos, inimigos e atividades, além de mecânicas de exploração que incluem o uso de Chocobos para acessar áreas inacessíveis a pé.

Além disso, o jogo está repleto de colecionáveis, como discos de música e artefatos históricos, que expandem o lore e a compreensão do mundo. Você pode trocar figurinhas e cartas de personagens e criaturas ou usá-las em mini games específicos. Desafios especiais, como enfrentar chefes opcionais e completar dungeons secretas, oferecem recompensas de alto nível para aqueles que buscam um desafio adicional. O robusto modo fotografia permite capturar momentos épicos e paisagens deslumbrantes, completando uma experiência rica e variada.

Mini Games e muita diversão

Os mini games retornam com uma variedade de opções, desde competições de Chocobo até jogos de arcade no Golden Saucer. Esses mini games não só proporcionam uma pausa divertida da narrativa principal, mas também oferecem recompensas valiosas que podem ser úteis no combate e na progressão do jogo.

Um dos maiores destaques no conteúdo secundário de Rebirth é o mini game Queen’s Blood. Um mini g ame que segue os passos de jogos de cartas anteriores de Final Fantasy, como Tetra Master de Final Fantasy IX e Triple Triad de Final Fantasy VIII. Esse é o melhor mini game da franquia em anos e não seria maluquice a Square Enix lançar um jogo apenas dele.

O jogo conta com mais de 30 mini games únicos! É uma grande quantidade que entretém o jogador e oferece boas recompensas. Quero destacar alguns dos que já conheciamos como a corrida de Chocobos ou o G-Bike, mas também dizer o quanto amei tocar temas clássicos no piano ou até mesmo recriar uma peça fictícia.

Temos também a opção de um 3D Brawler que é desafiador e extremamente divertido – a luta contra o Sephiroth é um sofrimento. Além do retorno de Fort Condor que foi apresentado na DLC da Yuffie. E que tal fazer alguns gols com o Red em Run Wild?

Por fim, é incrível tudo que foi apresentado nesse jogo e como conseguiram desenvolver mini games que são tão divertidos e únicos, tirando toda a tensão da campanha principal.

Um evolução importante

Em Final Fantasy 7 Rebirth, a imersão visual e auditiva é fundamental para a experiência do jogo. Utilizando o poder dos consoles de nova geração, o jogo oferece gráficos impressionantes, com detalhes minuciosos em texturas, iluminação e sombras. A alta resolução exibe cada aspecto do ambiente e dos personagens com clareza. Os modelos dos personagens detalham-se ricamente, com expressões faciais realistas e animações fluidas que capturam nuances emocionais. Os cenários são deslumbrantes, com uma atenção excepcional aos detalhes que trazem a vida desde cidades movimentadas até vastas paisagens naturais. Efeitos visuais avançados, como partículas de luz e reflexos dinâmicos, aprimoram ainda mais a experiência visual.

A trilha sonora, uma combinação de novas composições e reinterpretações das músicas clássicas, intensifica a atmosfera e a emoção de cada cena. A música muda dinamicamente de acordo com a ação na tela, acentuando batalhas e momentos de exploração. Os efeitos sonoros são um espetáculo à parte; desde o choque das espadas até os sons do ambiente, eles contribuem para uma imersão profunda.

O design dos personagens é fiel ao original, mas modernizado para atender aos padrões gráficos contemporâneos. Cada personagem mantém suas características icônicas, agora com uma profundidade visual aprimorada. Os inimigos e criaturas também são redesenhados, variando de monstros comuns a chefes imponentes, todos com designs memoráveis que misturam fantasia e realismo.

A ambientação combina elementos de fantasia e realidade para criar um mundo coeso e envolvente. Cada local tem uma identidade visual distinta, reforçada por sua própria paleta de cores e design arquitetônico. Além disso, o clima dinâmico e o ciclo dia/noite afetam a aparência dos ambientes e a jogabilidade, tornando cada visita a um novo lugar uma experiência única. Esses aspectos gráficos e sonoros garantem uma experiência rica e digna da nova geração de jogos.

Veredito Final