Review – PS4 | Lunar Remastered Collection

Os fãs de RPGs dos anos 90 e 2000 estão vivendo uma era maravilhosa, onde diversas remasterizações e coletâneas estão sendo lançadas. Já são 15 anos desde o último jogo lançado da franquia Lunar, mas finalmente, temos a chance de reviver essa clássica franquia em todo seu explendor.

Lunar Remastered Collection chega entregando nostalgia, modernidade e muitas horas de grind. Nesse review eu te conto todos os detalhes dessa clássica franquia que vai agradar veteranos e muitos novatos!

A história de Lunar: Silver Star Story e Lunar 2: Eternal Blue se passa em um mundo de fantasia onde a Terra, agora chamada de Blue Star, se tornou um orbe inabitável e a humanidade encontrou refúgio na lua, lar da Deusa Althena e de sua ordem de paladinos.

Lunar: Silver Star Story, conta a história de Alex, um jovem que sonha em se tornar um Dragonmaster, um lendário guerreiro abençoado pela deusa Althena. Em uma jornada com sua amiga, Luna, ele parte para resgatar Althena da corrupção para manter o equilíbrio do mundo. Durante a jornada, somos apresentados a diversos aliados, como Nall, Jessica e Kyle, que nos ajudam a enfrentar Ghaleon, o grande vilão da história e quer controlar o mundo usando o poder de Althena. O jogo tem um grande foco narrativo na clássica jornada do herói e na relação entre Alex e seu companheiros, mas principalmente em como ele lida com seu amor por Luna.

Lunar 2: Eternal Blue se passa mil anos após os eventos de Silver Star Story e conta a história de Hiro, um jovem que acidentalmente se envolve com Lucia. Lucia é uma misteriosa heroína que vem do Blue Star, sendo peça fundamental para impedir uma grande ameaça ao mundo. Hiro encontra diversos aliados no decorrer de sua jornada, como Ronfar e Jean, para impedir que Zophar, destrua o mundo o mundo e traga a escuridão. O segundo título possui uma narrativa focada em verdades profundas, contando mais sobre o passado do mundo, mas principalmente ensinando nossos heróis a lidarem com grandes sacrifícios.

Os jogos da franquia Lunar são clássicos RPGs, com combate por turnos, exploração de dungeons e um grande foco em grind. Um dos grandes destaques pra época e que funciona bem até hoje, é seu sistema de combate por turnos que combinado com mecânicas de posicionamento de personagens. Essa mecânica exige que os jogadores tracem melhor uma estratégia para cada combate, não deixando os personagens apenas em linha reta – o que pode ocasionar em uma derrota praticamente instantânea dependendo do inimigo. Além disso, algumas das habilidades atingem áreas especificas, ideais para derrotar diversos inimigos ou afetar aliados com cura ou buffs.

O combate por turnos funciona da forma convencional e já conhecida para os fãs de RPGs, onde podemos escolher atacar com golpes, magias ou utilizar itens. Um diferencial no combate é que algumas das animações indicam a ação do inimigo, permitindo que o jogador se atente ao que está por vir. “A cada novo nível que os personagens evoluem, eles liberam novas magias, peças fundamentais para o combate, que podem definir seu futuro em diversas situações. Dito isso, é preciso grindar para melhorar seu personagens constantemente, o jogo apresenta um grande desafio contra os chefes, fazendo com que o jogador seja estratégico, mas também tenha bons níveis com todos os personagens.

Como todo bom RPG, é necessário explorar todos os cantos desse vasto mundo, sejam cidades ou dungeons. Diversas dungeons apresentam desafios extras como quebra-cabeças, armadilhas ou são apenas labirintos para te confundir por todo o caminho. “Apesar de cada dungeon seguir uma estrutura linear, o jogo sempre recompensa o jogador pela exploração, oferecendo itens secretos, tesouros escondidos ou a valiosa oportunidade de grind para ficar mais forte.

Embora o grind seja necessário para alcançar níveis mais altos e se preparar para os chefões, o jogo oferece uma progressão equilibrada. Se o jogador evita muitas batalhas, pode enfrentar dificuldades com inimigos mais poderosos. No entanto, a possibilidade de acelerar os combates nas versões remasterizadas reduz a frustração do grind, tornando o processo mais ágil. A dificuldade do jogo não é extrema, mas exige uma preparação cuidadosa, principalmente durante momentos críticos.

O inventário de Lunar é simples, mas exige gerenciamento. Cada personagem tem um inventário individual, o que pode tornar o gerenciamento de itens um pouco complicado. Nas versões remasterizadas, esse sistema foi suavizado para um inventário compartilhado, facilitando o controle de itens e equipamentos. Além disso, as habilidades dos personagens evoluem à medida que ganham experiência, o que dá ao jogador uma sensação constante de crescimento e recompensa.

Lunar Remastered Collection acerta em muito na modernização dos títulos, trazendo uma experiência que não descaracteriza os jogos originais. Agora é possível acelerar o combate em até 3x, o que reduz em muito o tempo de combate, facilitando a repetição de batalhas para subir níveis. Além disso, ambos os jogos foram melhorados graficamente, com melhores resoluções e design dos ambientes e personagens.

O sistema de inventário agora funciona de forma compartilhada entre os personagens, o que facilita o gerenciamento de itens. O jogador também pode configurar a IA dos aliados durante o auto-battle, garantindo que, mesmo no modo automático, a estratégia se mantenha — evitando o uso desnecessário de itens ou habilidades fora de hora.

Além disso, os desenvolvedores restauraram a dificuldade original e equilibraram a quantidade de dinheiro recebida, permitindo uma progressão mais justa e a compra de itens com mais facilidade. Para completar, o time refez completamente a dublagem, trazendo vozes renovadas e um trabalho de áudio impecável.

Lunar Remastered Collection conta com as sprites 2D originais, mas refinadas, mais nítidas e coloridas, preservando o charme pixelado sem parecer datado. As cenas animadas em estilo anime passaram por tratamento para alta resolução, mantendo fidelidade ao conteúdo original, mas com maior clareza e definição. O visual é mais limpo e vibrante, sem descaracterizar o estilo original.

O jogo oferece dois modos visuais — Classic e Remastered. O modo Remastered é widescreen e mais polido, enquanto o Classic mantém o aspecto 4:3 e filtros que emulam a apresentação original. Ambos compartilham o mesmo progresso, permitindo que o jogador altere a qualquer momento.

Em termos de desempenho, os jogos rodam de forma estável, sem quedas de quadros ou travamentos. Além disso, os menus foram reformulados para facilitar a navegação.

Apesar das melhorias, a Lunar Remastered Collection apresenta alguns problemas que impedem que ela alcance a excelência. Um dos principais é a inconsistência nas melhorias aplicadas entre os dois jogos. Silver Star Story recebeu mais ajustes de qualidade de vida, como IA configurável e inventário compartilhado, enquanto Eternal Blue permaneceu mais próximo do original.

Uma dos maiores erros que os jogos remasterizados cometem é a falta de localização para PT-BR, infelizmente. Além disso, o jogo sofre com a falta de conteúdo extra, poderiam ter criado um menu apenas para artes e curiosidades dos títulos.

Por fim, a ausência de opções mais robustas de acessibilidade ou customização, como ajustes de dificuldade ou pular cenas.

Agradecimentos a GungoHo Online Entertainment que nos enviou o jogo para a produção do review!

Conclusão