A Rebellion é conhecida por Sniper Elite, no entanto, ela se aventurou no gênero de sobrevivência, com Atomfall. O jogo chega ao mercado com uma proposta de exploração e sobrevivência, em uma cidade desolada por um acidente núclear.
Para os amantes de gerenciamento e principalmente explorar vastos locais e descobrir segredos, Atomfall é o jogo certo!
Eu te conto todos os segredos por trás do desastre nuclear nesse review.
Atomfall se passa em Cumbria, Reino Unido, no entanto, em uma versão alternativa do desastre nuclear de Windscale, que realmente aconteceu na vida real. Após uma explosão na usina, um onda de energia azul é liberado, isolando a área e criando uma zona de quarentena onde vivem os sobreviventes, onde são influenciados não pela radiação, mas também pela loucura. O jogador assume o papel de um protagonista que não se lembra de nada, acordando anos após a tragédia em um bunker. Na busca pela verdade e sobrevivência, ele tenta escapar de todas as formas da zona de quarentena.
O jogo explica bem a narrativa, mas ainda a deixa cheia de mistérios e segredos que o jogador deve desvendar ao explorar o mundo. Além disso, o jogo possui diversos finais, fazendo com que suas escolham impactem na história e personagens. O jogo possui diversos pontos importantes da história que são apresentados apenas após dialogar com NPCs ou explorando o mundo para descobrir pistar e segredos, tecendo a narrativa e mostrando os caminhos que pode tomar até o final da sua aventura.
Atomfall possui uma uma abordagem única em sua jogabilidade, dando extrema liberdade para o jogador explorar o mundo da forma que achar mais eficiente. Com um mundo repleto de misterios e segredos, o jogo adota uma postura de que a experiência depende do do jogador, onde não existem guias e setas apontando para seu destino. Além disso, o jogadores devem explorar e são incentivados a isso, com a resolução de mistérios e descobrindo novas histórias e a partir de pistas que são obtidas em anotações e diálogos.
A exploração é o ponto forte de Atomfall. O mapa do jogo não é gigantesco, mas é denso e muito bem projetado, com diversas áreas interconectadas, garantindo sempre uma nova descoberta. Apesar de possuir espaços vazios, como grandes campos e florestas, eles estão sempre próximos de locais interessantes para serem explorados, como cidades em ruinas e bunker. Além disso, a liberdade de explorar o cenário é vasta e sempre recompensada com novos locais e pistas que ajudam a desvendar os segredos por trás do acidente nuclear. Cada jogador provavelmente terá uma experiência única, já que os caminhos a seguir não são lineares, e as decisões do jogador afetam profundamente o desenrolar da história.
Atomfall possui uma mecânica de combate corpo a corpo bem simples se comparado à outros jogos. Aqui não é possível desviar ou bloquear ataques inimigos, é necessário recuar e sempre rodear os inimigos. No entanto, o combate com armas de fogo já é um pouco melhor, embora seja escasso o número de munição que achamos no caminho. A escassez de recursos torna a jornada ainda mais desafiadora, pois, são poucas munições e itens para aprimorar nossas armas que achamos no caminho. Por se tratar de um ambiente de isolamento, o gerenciamento de inventário e a escolha de cada item à ser usado, tornada a experiência ainda mais imersiva.
Porém, os jogadores também podem escapar do combate direto, utilizando a furtividade para contornar inimigos. No entanto, a abordagem stealth é tão simples quanto o combate corpo a corpo, com poucas opções estratégicas. A abordagem stealth é facilitada devido a IA do inimigo ser bem ineficiente.
Um dos aspectos mais interessantes da jogabilidade é a ausência de mecânicas de sobrevivência tradicionais, como a gestão de fome ou sede. Em vez disso, o foco está na coleta de materiais para curativos e itens de craft, o que mantém o jogo acessível e mais focado na exploração e na narrativa. Esse design torna a experiência menos opressiva, permitindo que os jogadores se concentrem na investigação e nas escolhas morais, sem se preocupar com a pressão constante de recursos limitados.
Atomfall apresenta gráficos sólidos e um design de mundo aberto que captura a beleza e a atmosfera sombria de Cumbria. O título possui vastas paisagens rurais e áreas desoladas, impressionando por seus visuais únicos, oferecendo um forte contraste entre a natureza e as consequências da catástrofe nuclear.
A ambientação é rica em detalhes, com pontos de interesse que dão uma sensação de abandono e desespero. A cidade de Wyndham e o bunker inicial são exemplos de como o jogo utiliza o ambiente para construir sua narrativa.
O desempenho é, em geral, bom, com uma taxa de quadros estável, mas há alguns momentos de queda de desempenho em áreas mais carregadas de detalhes ou durante grandes combates.
Atomfall possui sérios problemas que tornam a experiência menos imersiva, como por exemplo, a IA dos inimigos é inconsistente, com comportamentos desajeitados.
O combate corpo a corpo também deixa a desejar, com falta de opções de defesa como esquiva ou bloqueio, tornando-o um tanto monótono e frustrante. Além disso, a falta de um sistema de viagem rápida pode tornar a exploração cansativa, exigindo longos trajetos de volta aos locais anteriores, o que pode incomodar em jogadas mais longas.
A sensação de “jank” no desempenho, com falhas ocasionais no controle e animações, também tira um pouco da fluidez da experiência.
Agradecimento a nossa parceira Nuuvem que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Atomfall é uma experiência única e imersiva, com uma narrativa fascinante e um mundo aberto repleto de segredos. Embora a jogabilidade tenha falhas, como o combate simples e a IA fraca, a exploração e o design do ambiente compensam essas limitações.
Prós:
- Uma narrativa envolvente e repleta de segredos
- A liberdade de explorar cada ambiente e ser recompensado por isso
- Ambientação imersiva e rica em detalhes
- Como as escolhas afetam o final de cada jornada
- Extremamente acessível por não possuir gestões clássicas de sobrevivência
Contras:
- IA inimiga inconsistente e desajeitada.
- Combate corpo a corpo simples e monótono.
- Falta de viagem rápida, tornando a exploração cansativa.
Nota: 8