Review – PS5 | Blades of Fire

Blades of Fire é o conceito perfeito de como boas ideias podem ser ofuscadas por uma execução técnica terrível! O jogo possui uma premissa à principio intrigante, com uma história sobre tirania e forjas de armas, no entanto, o jogo não alcança seu potencial devido a problemas de level design, um combate mal executado e problemas visuais.

A história inicialmente parece promissora e nos apresenta um universo de fantasia, onde a habilidade de forjar aço é o foco central da narrativa do jogo. O protagonista, Aran de Lira, é um guerreiro marcado por um passado misterioso e junto de Adso, se une para derrubar a tirana rainha Nerea, que lançou uma grande maldição transformando todo o aço em pedra.

Apesar de parecer algo promissor, o jogo fica nisso, onde o ponto forte narrativo é a a dinâmica entre Aran e Adso. A relação entre eles funciona como um mentor e aprendiz, onde ambos evoluem ao longo da jornada, com tons de alívio cômico e lore do mundo. No entanto, a história não evolui bem, sendo arrastada, com missões secundárias sem profundidade e repetitivas. O jogo até tenta manter o jogador preso com algumas revelações do passado de Aran, mas o interesse vai se perdendo por não saberem contar a história.

A jogabilidade de Blades of Fire possui dois elementos: forjar armas, onde você escolhe o tipo de aço e forja elas manualmente e um sistema de combate onde você pode atacar os inimigos direccionalmente – para cima, baixo, esquerda e direita. O sistema de forja é o maior atrativo do jogo, onde possui uma grande personalização de armas com base no material coletado durante a jornada. O processo de forja se passa em um mini-game bem parecido com a forja de Dragon Quest XI, no entanto, aqui é frustrante e repetitivo, levando o jogador a repetir o processo diversas vezes. Além da narrativa arrastada, esse processo quebra ainda mais o ritmo do jogo, sendo uma tarefa cansativa e muitas vezes pouco recompensadora.

O combate por sua vez é desastroso! O jogo que inicialmente deveria ser um Soulslike, mais parece um Hack and Slash com barra de estamina. O sistema de ataques direcionais é algo interessante, permitindo aos jogadores atacarem partes vulneráveis do inimigo, no entanto, você não sente peso ou emoção ao lutar. Os golpes parecem não ter a qualidade que esperamos de um jogo focado em ação, tornando as batalhas sem impacto. Além disso, o combate não evolui e a falta de cuidado e polimento com ele, torna tudo muito repetitivo e cansativo ao longo do tempo, onde o jogo não se torna desafiador, mas sim irritante.

Além da narrativa arrastada e do combate sem polimento, Blades of Fire apresenta gráficos muito aquém do que esperamos para um jogo de PS5. Mesmo sendo um estúdio experiente, a MercurySteam pecou demais no polimento visual do título, com animações de combates simples e sem impacto, golpes que não transmitem a sensação de brandir uma grande arma. Além disso, as expressões faciais apresentadas nas cenas são desastrosas, tornando a narrativa ainda menos atrativa.

Além das animações ruins, a sincronia labial não funciona, parecendo sempre que possui um atraso nas falas da cena. Isso é algo triste, visto que a atuação dos dubladores é boa, mas é ofuscada pela falta de polimento da empresa. No entanto, a direção de arte acerta em alguns aspectos da fantasia medieval, como a ambientação e até mesmo o design de chefes e alguns inimigos.

Assim como a bua atuação dos dubladores, precisamos falar do quão bom foi o trabalho feito na trilha sonora. As músicas apresentadas capturam e imergem os jogadores na fantasia medieval apresentada, sendo feitas de forma contundente para cada momento, seja de ação ou narrativa. Além disso, Blades of Fire consegue manter uma performance sólida, sem crashes ou quedas de frame, o que é uma surpresa positiva. O jogo roda bem no PS5, sem problemas de estabilidade, o que demonstra o esforço em garantir uma experiência suave do ponto de vista técnico.

Agradecimentos a 505 Games que nos enviou o jogo para a produção do review.

Conclusão

Blades of Fire é um jogo que desperdiça seu potencial promissor com uma execução técnica fraca. A premissa de forjar armas e tirania chamam atenção, mas a narrativa se arrasta, e o sistema de combate e forja são sem impactos. Visualmente, decepciona com gráficos datados, animações pobres e sincronia labial falha. Ainda assim, destaca-se pela boa trilha sonora, dublagem competente e estabilidade técnica. No fim, é uma experiência frustrante, onde boas ideias são ofuscadas por escolhas mal implementadas. Um título que poderia ser memorável, mas que acaba esquecível.