Já se passaram dez anos desde que Dragon Age: Inquisition lançou, chocou o mundo e se tornou o jogo do ano de 2014. Felizmente, a BioWare não esqueceu a franquia e retornou em grande estilo com Dragon Age: The Veilguard.
Veilguard é um retorno triunfante da franquia, trazendo mudanças necessárias e mostrando uma narrativa profunda e madura.
Mas será que é realmente um candidato a jogo do ano? Vamos descobrir agora!
Um mundo sombrio e questionável
Dragon Age: The Veilguard oferece uma narrativa sombria, complexa e cheia de nuances centrada em Rook, o/a protagonista de que lidera a Veilguard, uma ordem dedicada a proteger o equilíbrio entre o mundo físico e o mundo espiritual. A trama gira em torno de duas divindades élficas descontroladas e o retorno de Blight, colocando o mundo de Thedas à beira de seu fim. Porém, não só forças malignas ameaçam o mundo, a corrupção do Véu vem crescendo rapidamente, fazendo com que uma dimensão sombria engula a realidade aos poucos.
Com uma trama bem madura e que explora temas como poder, política, sacrifício e alto conhecimento, lidamos com situações que envolvem dilemas morais e nos obrigam a fazer escolhas difíceis. Nossas escolhas estão sempre ligadas a nossos companheiros e suas facções, que se entrelaçam cada vez mais no decorrer do jogo. Então cada decisão, pode afetar o seu relacionamento com seus companheiros, mas também o desenrolar da história, alterando até mesmo o final que irá ver.
The Veilguard foge um pouco da liberdade total que temos em Inquisition e conta uma história mais linear, mas com uma grande profundida por meio de missões secundárias e diálogos com nossos companheiros. Cada aliado tem sua própria história e jornada, onde nosso papel é ajudá-los a lidar com traumas, perdas e questões morais que nos fazem questionar nós mesmo. Mas isso também serve para evolução de Rook, fazendo com que a personagem amadureça e seja uma líder ainda melhor ao passar da jornada.
Um dos pontos interessantes é que em muitos momentos da história enquanto conversamos com Solas, pensamos que ele está certo em algumas questões. Mas não adentrarei profundamente nesse ponto, pois, daqui pra frente seriam muitos spoilers que estragariam sua jornada.
Uma evolução em seu combate
Dragon Age: The Veilguard trás uma jogabilidade intensa de combate em tempo real e um pouco de estratégia, permitindo escolher a ação dos companheiros durante o combate. O sistema de combate foi reformulado de forma que se tornou mais fluido e dinâmico que os jogos anteriores, com um grande foco em habilidades especiais e ataques rápidos. Infelizmente, o jogo nos oferece apenas três classes principais – Guerreiro, Ladrão e Mago – cada uma delas com seu próprio estilo e versatilidades. O Guerreiro funciona como o tanque, com grande resistencia e dano corpo-a-corpo. Enquanto o Ladrão é ágil e possui ataques rápidos e por fim o Mago, que ataca a distancia utilizando magias.
O sistema de personalização é um dos grandes destaques do jogo. Cada uma das classes possui uma vasta árvore de habilidade, permitindo que os jogadores desbloqueiem uma grande variedade de movimentos, ataques e habilidades especiais. Então cabe a cada jogador personalizar a sua experiência e priorizar como quer combater o mal. Além disso, temos pequenas especializações que podem ser adquiridas, abrindo ainda mais o leque de opções e personalização na árvore de habilidades.
Além disso, o jogo oferece uma dinâmica que funciona muito bem. O jogador pode atacar normalmente, utilizar suas mágias, mas também utilizar um arco e flecha para atacar a distância. Infelizmente a classe arqueiro não está no jogo – é minha favorita – então incluíram o arco como uma arma secundaria.
Thedas é uma lugar maravilhoso
Assim como todo bom RPG, a exploração em The Veilguard é um dos pontos principais, principalmente para aqueles que buscam prolongar a aventura e o seu conhecimento sobre Thedas. Com cenários exuberantes, o jogo te imerge em grandes cidades, ruinas e até mesmo florestas repletas de desafios. Todas as áreas são repletas de itens, segredos e missões secundárias a serem feitas. Então o jogador sempre é recompensado por sua curiosidade e por ajudar o povo de Thedas, fortalecendo-se com equipamentos cada vez melhores.
O jogo apesar de ser um RPG, ele não possui um mundo totalmente aberto. Ele se divide em áreas que são acessadas a partir do Farol, que funciona como um hub central e é a base da Veilguard. A partir daqui, podemos ir em diversas áreas e nos aprofundar nesse vasto mundo.
Felizmente o jogo conta com uma variedade de localizações, não se tornando repetitivo ao explorar, tornando não só a experiência visual mais agradavel e única, mas também mostrando que Thedas é um lugar mágico. Um dos pontos centrais da exploração e que podem te desafiar um pouco, são os quebra-cabeças que cada região oferece, recompensando o jogador com itens para upgrade e equipamentos.
O poder da amizade!
O poder da amizade é o ponto alto de Dragon Age: The Veilguard! Sim, tudo que se refere aos seus companheiros é algo incrível e profundo. Eles vão muito além de companheiros de combate, são verdadeiros aliados que possuem seus proprios problemas e traumas, tornando isso evidente a cada novo diálogo e missão deles que fazemos. O jogo possui uma variedade de sete companheiros jogáveis, cada um deles sendo apresentado de forma única e mostrando características únicas de sua personalidade.
No Farol é possível interagir com todos nossos companheiros, fortalecendo nossos laços por meio de diálogos e missões secundárias. Além disso, é possível se envolver de forma romântica com qualquer um deles, para isso é preciso utilizar o dialogo adequado para a situação.
As tramas secundárias de cada um deles são tão bem desenvolvidas quanto a história principal, se entrelaçando em muitos momentos com momentos cruciais da história, aumentando ainda mais a imersão do porque proteger Thedas. Um dos pontos altos e talvez o melhor momento narrativamente para mim foi a história de Bellara, que possui uma narrativa tão forte e trágica que chega a ser chocante em muitos pontos, mas possui um grande desfecho.
Por fim, todos nossos companheiros podem ser personalizados, permitindo que alteremos suas habilidades e seus equipamentos. Cada um deles possui um estilo de combate único e habilidades próprias, sendo eficazes para cada situação e podendo alterar entre eles nas missões.
Uma aventura de encher os olhos
Dragon Age: The Veilguard sofreu algumas criticas quanto ao modelo de personagens e mudança no estilo artistico do jogo, porém, não se deixem ir por esses comentários! O jogo possui um mundo vasto e vibrante, seja nas densas florestas ou até mesmo em lugares sombrios. A imersão apresentada é graças ao detalhamento de cada um dos ambientes criados.
A direção de arte mistura elementos tradicionais de fantasia com um toque único, criando uma identidade visual que é inconfundivel. Além disso, a iluminação e texturas são de alta qualidade, tornando os ambientes mais vivos, principalmente com a transição entre o dia e a noite que pode acontecer.
Quanto ao desempenho, o jogo possui os já tradicionais modos qualidade e desempenho. Jogando no modo desempenho, não tive problemas com quedas de FPS. Durante toda a jornada, não passei por grandes bugs ou glitchs. Então, o jogo se apresenta de uma forma bem consistente no PS5, claro que é sempre possível melhorar, tornando a jornada mais fluida.
Deixa a desejar, mas não perde o brilho
Apesar de ser uma aventura épica e impressionante, Dragon Age: The Veilguard tem seus problemas. Durante o combate é possível experenciar alguns pequenos bugs de animações e transições. Missões secundárias que não envolvem diretamente nossos companheiros são geralmente sem tanta profundida e servem apenas para aumentar nossa relação com a devida facção.
Além disso, o jogo pode passar por alguns problemas de loading enquanto viaja do Farol para outras localidades, sendo um carregamento um pouco mais lento do que estamos habituados atualmente. A interface também é um pouco confusa, muitas vezes até ruim de gerenciar itens ou a nossa árvore de habilidades.
Por fim, a história apesar de profunda e sólida, possui um climax muito abaixo do esperado, mostrando que nossas escolhas talvez não impactem tanto o final da jornada.
Agradecimento a nossa parceira Nuuvem que nos enviou o jogo para a produção do review!
Veredito Final
- Narrativa cheia de nuances
- Relação com todos os companheiros
- Combate fluido e dinâmico
- Personalização de habilidades e combate
- Thedas é um mundo único
- Climax final é previsível
- Problemas de loading
- Interface um pouco confusa
Dragon Age: The Veilguard
Veredito
Dragon Age: The Veilguard oferece uma narrativa envolvente e sombria, com personagens profundos e uma jogabilidade de combate dinâmica. A personalização das habilidades e a exploração de Thedas são extremamente satisfatórias, criando uma experiência rica e imersiva. As relações com os companheiros são o coração da história, tornando a jornada ainda mais cativante e emocional.
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