Mandragora: Whispers of the Witch Tree se passa em Faeldumm, um mundo devastado pela Entropia. Nós assumimos o papel do Inquisidor, um agente do Rei, onde devemos caçar hereges e retornar a ordem. No entanto, as coisas saem do controle e nos vemos questionando o Rei e assumimos um caminho onde colocamos nossa vida e a natureza do mundo em risco. Além disso, conhecemos uma bruxa que nos concede novos poderes após nosso ato de rebeldia. Mas é claro que com os poderes, ganhamos também maldições, onde começamos a ser assombrados por uma voz misteriosa que nos guia pelo mundo.
Os personagens são um ponto forte, com figuras como Shirin, uma misteriosa costureira, oferecendo uma boa dose de personalidade. A interação com os NPCs é rica em por diálogos ambientados, que contribuem para a construção do mundo, como trocas de palavras entre comerciantes ou piadas de pais. No entanto, isso não vale para o protagonista, que carece de profundidade, sendo um personagem raso e muitas vezes com falar sem impacto.
O jogo possui um grande foco narrativo em rebeliões e em como questionam os mais poderosos, explorando temas como fé, poder e corrupção.
Mandragora: Whispers of the Witch Tree é focado em explorar, melhorar habilidades e combater diversos inimigos e chefes. O jogo possui um sistema 2.5D que mistura elementos de Metroidvania e Soulslike, se mantendo sempre fresco e desafiador em cada nova área. Assim como todo Metroidvania, a exploração é o ponto principal da experiência, com várias áreas interconectadas, segredos e obstáculos que exigem habilidades de movimentação como o uso do gancho e saltos precisos para desbloquear novas rotas.
O combate é bem elaborado e o ponto principal da inspiração Souslike, contendo um sistema de estamina, com esquiva e defesa. É preciso gerenciar sua resistência e estamina, para que não seja pego em meio à ataques, exigindo boa leitura dos movimentos inimigos. Além disso, o jogo possui diversas classes iniciais, possuindo um conjunto único de habilidades, permitindo diversas abordagens. Algumas classes são focadas em força bruta, outras em magias e ataques físicos mais fracos.
Um dos grandes destaques de Mandragora é sua vasta árvore de habilidades, que permite aos jogadores evoluírem cada aspecto do seu personagem e personaliza-lo com diversas habilidades. Além disso, o sistema de equipamentos possui uma grande variedade de armas, armaduras e acessórios, permitindo ainda mais personalização no combate. A personalização de cada arma permite aos jogadores criarem diversas combinações para criar builds únicas.
A diversidade de armas é ampla, com espadas, machados, arcos e bastões mágicos, e a escolha do equipamento certo é crucial para enfrentar os diversos inimigos e bosses do jogo. O crafting também é importante, permitindo criar e aprimorar itens essenciais para a sobrevivência em um mundo implacável.
Como todo bom Metroidvania, Mandragora: Whispers of the Witch Tree possui uma grande imersão em sua exploração e se destaca pelo vasto mundo. O jogo possui diversos mapas interconectados, onde cada área é imensa e repleta de segredos, inimigos e novas oportunidades de melhorar seu personagem. Além disso, o sistema de plataforma do jogo torna ainda mais divertido explorar o mundo, com diversos obstáculos onde é necessário habilidade e a utilização do gancho para desbloquear novas rotas e áreas antes inacessíveis.
A navegação apesar de vasta não é confusa, o jogo possui um bom sistema de marcação, permitindo que os jogadores sinalizem pontos de interessem para que possam retornar no futuro. Enquanto o sistema de viagem rápida torna ainda mais eficiente às idas e vindas pelo mapa, diminuindo a frustração do vai e volta.
Enquanto exploramos o mapa é possível se deparar com diversas missões secundárias que variam desde caçar recompensas até mesmo limpar uma área repleta de monstros. Apesar de não possuírem grande profundida, elas expandem o conteúdo do jogo de forma eficiente, além de serem recompensadoras, dando aos jogadores itens raros e recursos para aprimorar equipamentos.
Mandragora: Whispers of the Witch Tree se destaca e muito por sua estética e arte, dando uma atmosfera única para o mundo criado. A arte desenhada à mão possui sombreamentos e iluminação dinâmica, criando um ambiente sombrio e imersivo. Além disso, cada área possui uma identidade visual única, seja ruínas antigas, vilarejos, pântanos ou grandes cavernas. Essa diversidade visual dos ambientes, dá um frescor maior à aventura, diminuindo a repetitividade de cenários.
As animações também merecem destaque, com movimentos fluídos e uma atenção considerável aos detalhes, como a morte de inimigos e interações ambientais. O jogo possui uma otimização bem feita, garantindo que a experiência seja fluída e sem frustrações, permitindo que a imersão na exploração e combate não seja quebrada por falhas técnicas.
Mandragora: Whispers of the Witch Tree apresenta alguns problemas que podem impactar a experiência geral, principalmente para jogadores que buscam uma experiência mais polida. O primeiro deles é o protagonista sem profundidade alguma, não possuindo personalidade, fazendo com que o jogador não se importe e conecte com ele. Isso é especialmente frustrante considerando que o resto do mundo tem personagens secundários bem mais interessantes e diálogos mais naturais.
A movimentação no jogo é geralmente satisfatória, mas há momentos em que se torna frustrante, especialmente ao lidar com quedas de altura. A física das quedas não é totalmente consistente, o que pode levar a danos inesperados ou até à morte do personagem.
O sistema de progressão e crafting é bem desequilibrado, exigindo bastante grind para desbloquear novos itens e melhorar as lojas. Isso exige que o jogador repita a mesma atividade centenas de vezes, tornando cansativo, desmotivador e com uma recompensa muito baixa. Além disso, árvore de habilidades, embora profunda, acaba se tornando repetitiva, com muitos nós focados apenas em aumentos pequenos de atributos, o que torna o avanço menos empolgante.
Por fim, o jogo tem bons designes para seus chefes e inimigos, mas com o passar da jornada muitos deles se tornam repetitivos e sem inovação, seja no design ou combate.
Agradecimentos a Knights Peak que nos enviou o jogo para a produção do review!
CONCLUSÃO
Mandragora: Whispers of the Witch Tree é uma experiência sólida para fãs de Metroidvanias e Soulslikes, com um mundo ricamente ilustrado, combate desafiante e mecânicas de exploração bem implementadas. A atmosfera sombria, a trilha sonora imersiva e os NPCs carismáticos contribuem para uma ambientação envolvente. No entanto, o protagonista raso, algumas decisões frustrantes de design e a repetição em certos aspectos da progressão prejudicam o ritmo da aventura. Ainda assim, é uma jornada gratificante para quem aprecia exploração densa e uma boa dose de desafio, mesmo que precise de ajustes para atingir seu pleno potencial.
Prós:
- Estética desenhada à mão belíssima
- Combate com boa variedade de classes e armas
- Mundo vasto e excelente progressão na exploração
- Missões secundárias recompensadoras
- Sistema de marcação e viagem rápida bem implementados
Contras:
- Protagonista sem profundidade
- Física inconsistente em quedas e dano de altura
- Progressão e crafting exigem grind excessivo
- Repetição de inimigos
NOTA: 7,5