O meu maior contato com a franquia Trails foi justamente em The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak, e me arrependo de não ter me aprofundado antes aos jogos da série. Com o lançamento de Trails Through Daybreak II fiquei empolgado, visto que o primeiro jogo estava fresco na minha cabeça e poderia aproveitar tudo o título tem a oferecer.
E vou dizer a vocês, o jogo não decepciona! Ele é uma evolução necessária e que pode levar a franquia a novos caminhos, principalmente acertando pontos que pecam desde o primeiro título.

A história não chegou ao fim
The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak II continua a saga de Van Arkride e sua equipe da Arkride Solutions, mergulhando em um novo mistério logo após os eventos do primeiro jogo. A história começa com Elaine Auclair e Van investigando uma série de assassinatos. Durante a investigação, eles encontram um homem que pode se transformar em uma criatura monstruosa, semelhante ao Grendel de Van. A situação toma um rumo inesperado quando Agnès Claudel ativa o Oct-Genesis, um artefato que os faz retroceder no tempo, permitindo que tomem decisões diferentes e evitem erros fatais.
Além disso, novos aliados como Swin Abel e Nadia Rayne se unem à equipe, ajudando Arkride Solutions a lidar com ameaças simultâneas em diferentes locais. A narrativa se desenrola em capítulos que podem ser jogados em ordem alternada, dando ao jogador a liberdade de acompanhar eventos que ocorrem paralelamente. O jogo aprofunda os conflitos políticos e conspirações que envolvem a República de Calvard, enquanto personagens clássicos da franquia retornam para expandir o enredo. No entanto, a introdução do conceito de loops temporais adiciona um novo elemento à trama, permitindo revisitar eventos cruciais com novas perspectivas.
Apesar de responder a algumas questões do primeiro jogo, Trails Through Daybreak II também deixa várias pontas soltas, sugerindo que a conclusão real virá em um título futuro.

Combate refinado e muito conteúdo
The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak II mantém a base de jogabilidade do primeiro jogo, combinando exploração, combate híbrido e missões investigativas. O sistema de batalha continua permitindo alternância entre o combate em tempo real e os turnos estratégicos, com melhorias na mecânica de ataque, defesa e habilidades especiais.
Uma novidade importante é a capacidade de retroceder no tempo em certos momentos da história, permitindo ao jogador explorar diferentes decisões e seus impactos. Isso adiciona um novo nível de estratégia e experimentação na progressão do enredo.
Os mapas são variados e incluem tanto áreas urbanas da República de Calvard quanto locais mais remotos, como ruínas antigas, cavernas e regiões montanhosas. Diferente de jogos anteriores da franquia, o mundo tem um design mais aberto, com liberdade para viajar e descobrir segredos espalhados pelo cenário. Há também veículos que facilitam a locomoção entre locais distantes.
As missões seguem o padrão tradicional da série, com objetivos principais que impulsionam a narrativa e tarefas secundárias que expandem o mundo e aprofundam o relacionamento com NPCs. Algumas missões agora exigem que o jogador tome decisões que podem mudar o rumo da investigação e até influenciar certos eventos futuros.
Além das batalhas, a jogabilidade inclui sistemas de crafting, personalização de equipamentos e aprimoramento do Orbment Xipha, usado para liberar novas habilidades. O jogo também traz de volta minigames e atividades opcionais, como pesca e desafios de cartas.

Evolução e mantendo a excelência
The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak II aprimora a qualidade visual em comparação ao seu antecessor, mantendo o estilo artístico característico da série. Os gráficos utilizam um visual anime em 3D com modelos de personagens bem detalhados e animações mais fluidas, especialmente durante as batalhas e cutscenes. As expressões faciais foram refinadas, tornando as interações mais naturais.
O design dos ambientes é um dos destaques, com cidades vibrantes, paisagens naturais ricas em detalhes e efeitos climáticos dinâmicos que contribuem para a imersão. As iluminações e sombras receberam melhorias, criando cenários mais realistas e atmosféricos. Além disso, a transição entre áreas está mais fluida, reduzindo tempos de carregamento.
A trilha sonora mantém o padrão de excelência da Falcom, com composições orquestradas que variam entre melodias calmas para exploração, temas empolgantes para batalhas e faixas emocionantes para momentos dramáticos. O jogo traz novas músicas marcantes e também reutiliza algumas trilhas icônicas da série, remixadas para se encaixarem no tom da aventura.
Os efeitos sonoros foram aprimorados, com impacto mais realista nos ataques e ambientação sonora mais detalhada. O voice acting está presente na maior parte dos diálogos, tornando as interações mais envolventes.
Em termos de desempenho, o jogo roda de forma estável na maioria das plataformas. No PlayStation 5 e PC, oferece resolução 4K e taxa de quadros mais alta, garantindo fluidez. No Switch e PlayStation 4, há algumas limitações gráficas, mas sem comprometer a experiência. A otimização foi bem trabalhada, com poucos bugs ou quedas de desempenho notáveis.

Não é perfeito
Apesar das melhorias e inovações, The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak II não está isento de problemas. Alguns aspectos da experiência podem frustrar tanto novos jogadores quanto veteranos da franquia.
Um dos principais pontos negativos está no ritmo da narrativa, que pode ser inconsistente. Embora a história tenha momentos de grande impacto, certas seções são arrastadas com excesso de diálogos e missões secundárias que pouco contribuem para o enredo principal. Isso pode tornar o jogo cansativo para quem prefere uma progressão mais dinâmica.
A inteligência artificial (IA) dos inimigos também poderia ser mais desafiadora. Muitos combates acabam sendo previsíveis, pois os inimigos seguem padrões de ataque fáceis de explorar. Isso pode tornar algumas batalhas menos envolventes, especialmente para jogadores experientes na franquia.
Além disso, a estrutura de missões secundárias ainda segue um modelo antiquado, com muitas tarefas repetitivas e fetch quests sem grande impacto na narrativa. Embora algumas side quests tragam boas histórias, muitas acabam sendo meros preenchimentos para estender a duração do jogo. Por fim, a interface do usuário, embora funcional, poderia ser mais intuitiva. Algumas opções de menu são confusas ou exigem muitos cliques para acessar informações importantes.
Agradecimentos a NIS America que nos enviou o jogo para a produção do review!
Veredito Final
- O jogo evolui narrativamente se comparado ao anterior
- Sistema de combate refinado
- O mundo é aberto e dá ao jogador mais liberdade
- Gráficos e animações impecáveis
- Mesmo com a evolução narrativa, o jogo se arrasta em certos momentos
- A IA dos inimigos é previsível
- Missões secundárias repetitivas e sem profundida
Review – PS5 | The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II
Veredito
The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak II oferece uma experiência rica e imersiva, com uma narrativa intrigante, combates híbridos bem refinados e um mundo mais aberto. A evolução visual e sonora é notável, e a introdução de loops temporais traz uma camada adicional de profundidade. No entanto, o ritmo inconsistente da história e a IA previsível dos inimigos podem frustrar alguns jogadores. Apesar disso, continua sendo uma excelente sequência, com melhorias significativas e muita diversão para os fãs da franquia.
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