Dragon Quest é uma das franquias mais icônicas da história dos vídeo games, iniciada lá em 1986 pela antiga Square. Ao longo dos anos, a série se expandiu e sempre foi amada e aclamada pelos fãs. Por isso, quando Dragon Quest III HD-2D Remake foi anunciado, a reação foi de êxtase total. Este remake não só revive um grande clássico com o respeito que ele merece, como também entrega uma aventura RPG única para novos jogadores. Sem medo de mexer na essência do título original, ele apresenta novas mecânicas, mas mantém fiel o que sempre foi Dragon Quest. Neste review, vou te mostrar como reviver esse clássico pode abrir portas para que a Square Enix resgate outros jogos perdidos no tempo.
Dragon Quest III HD-2D Remake segue a famosa jornada do herói, onde o filho de Ortega parte para seguir os passos de seu pai, um lendário guerreiro que partiu para derrotar Baramos e nunca mais voltou. Aos 16 anos, o protagonista deve obter a bênção do rei, derrotar Baramos e desvendar o mistério do destino de seu pai.
Apesar de uma narrativa simples, ela funciona muito bem, usando todos os pilares clássicos da jornada do herói. Diferente dos RPGs atuais, aqui você contrata seu grupo na taverna local, escolhendo membros para formar sua party do jeito que quiser. Figuras importantes aparecem ao longo da trama, pessoas que conheceram Ortega pouco antes do confronto com Baramos, e essas cenas simples, porém objetivas, dão emoção e mostram o quanto Ortega estava disposto a tudo para vencer, além do impacto de sua ausência para o herói e o reino.
Dragon Quest III HD-2D Remake respeita a essência do clássico, combinando exploração, combate por turnos e melhorias de qualidade de vida que tornam a aventura mais justa para os dias de hoje. O mundo aberto convida os jogadores a explorar cidades, vilarejos, dungeons e locais secretos, todos repletos de segredos, missões e itens para coletar. Agora o jogo oferece um mapa detalhado que facilita a locomoção, além da possibilidade de marcar a missão principal para não se perder.
Segredos como armas lendárias, armaduras, mini-medalhas e monstros amigáveis para a nova vocação Monster Wrangler tornam a aventura mais dinâmica e exploratória, permitindo conhecer personagens fora do roteiro principal e expandindo a experiência. Após terminar a história, novas áreas e inimigos são desbloqueados, incentivando a continuar a jornada.
O sistema de vocações (classes) traz diversidade: além do protagonista, podemos recrutar Guerreiro, Mago, Padre, Ladrão e a divertida vocação Monster Wrangler, que permite buscar monstros para batalhas e torneios na Monster Arena. Ao alcançar o nível 20, é possível mudar de vocação e mesclar habilidades, trazendo uma camada estratégica interessante.
No entanto, a jogabilidade traz alguns problemas que podem incomodar. A dificuldade apresenta falta de equilíbrio, mesmo no modo normal, com transições entre dungeons que podem frustrar o jogador ao tornar o avanço muito difícil, forçando a redução da dificuldade. Outro ponto negativo é o sistema de encontros aleatórios: a taxa de combate é alta demais, tornando a exploração cansativa e interrompendo o ritmo do jogo, principalmente porque muitas vezes é difícil fugir das batalhas. Embora haja um modo que evita a morte, a constante repetição dos combates acaba sendo irritante.
Dragon Quest III HD-2D Remake é um primor gráfico, provando que não é preciso ser realista para impressionar. Mantendo o charme original, o jogo adota um estilo HD-2D semelhante a Octopath Traveler, com os personagens e monstros desenhados por Akira Toriyama em pixel art detalhada e animada. As cenas são montadas sobre fundos 3D, trazendo iluminação sofisticada, efeitos de profundidade e uma paleta de cores vibrante, resultando num visual nostálgico, porém moderno.
No PS5, o desempenho é exemplar: taxa de quadros fluida, tempos de carregamento mínimos e combates dinâmicos e envolventes graças às animações detalhadas. A trilha sonora foi regravada a partir da Dragon Quest III Symphonic Suite, com uma sonoridade vibrante que enriquece momentos de batalha e cenas emocionantes.
Apesar de todos os seus acertos, o remake carrega um problema que incomoda profundamente: a ausência da língua portuguesa do Brasil (PT-BR). A Square Enix, mesmo com muitos diálogos, menus e tutoriais importantes, não disponibiliza o jogo em PT-BR, afastando parte do público brasileiro e dificultando a imersão. Isso é uma falha grave, especialmente para um título tão rico em narrativa.
Agradecimento a nossa parceira Nuuvem que nos enviou o jogo para a produção do review!
Dragon Quest III HD-2D Remake é um excelente resgate de um clássico, equilibrando nostalgia e inovação. A experiência visual e sonora é de tirar o fôlego, e as mecânicas revisadas proporcionam uma aventura profunda e divertida. Contudo, problemas como a dificuldade inconsistente e a ausência de PT-BR podem afetar a experiência de alguns jogadores. Se você é fã de RPGs tradicionais, essa é uma jornada imperdível.
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