Inspirado na mitologia nórdica, Jotunslayer: Hordes of Hel é um bullet heaven brutal e estiloso que combina ação intensa, progressão viciante e uma ambientação sombria digna de Diablo. Com fortes influências visuais dos clássicos ARPGs e um sistema de combate direto e frenético, o jogo mergulha os jogadores em batalhas contra hordas de inimigos, desafiando a sobrevivência a cada rodada.
Assim como outros títulos do subgênero, não há uma narrativa tradicional que conduza a campanha — em vez disso, Jotunslayer: Hordes of Hel aposta em missões de resistência em arenas temáticas, onde o objetivo é sobreviver o tempo suficiente para enfrentar um poderoso Jotunhheim no final da rodada. Derrotá-lo libera novas regiões e mantém o ciclo de progressão sempre em movimento.
O jogo oferece seis classes jogáveis, cada uma com identidade bem definida e estilo próprio de combate. O Berserker é um guerreiro bruto que empunha dois machados e se destaca pela resistência. Já a Vidente, com foco em dano elemental, se beneficia de bônus de sorte e magias destrutivas. A Irmã de Chamas, uma piromante clássica, aplica efeitos de queimadura contínua nos inimigos. O Retornado, por sua vez, é um arqueiro ágil que conta com o auxílio de um lobo companheiro — ideal para combates à distância. O Protetor, um anão de armadura pesada, domina o campo com ataques em área e alto poder defensivo. Por fim, a Kinslayer, uma valquíria amaldiçoada, utiliza ataques baseados em maldições e debuffs.
Cada personagem possui uma árvore de habilidades própria, com upgrades ativos e passivos que afetam diretamente a gameplay, como melhorias de defesa, bônus de coleta de recursos, aumento de dano ou efeitos especiais em magias. Além disso, há uma vasta variedade de armas desbloqueáveis para cada classe, obtidas por meio de pedras conquistadas ao final de cada run. Essas armas não só modificam o estilo de jogo, como também oferecem vantagens como aumento de experiência, regeneração de vida, aceleração do tempo de recarga e bônus de fúria — incentivando experimentação e personalização.
O jogo é bem generoso no quesito upgrades. Em apenas uma partida e recompensas de troféus, é possível colocar um de seus personagens com tudo no máximo, então o fator grind é menos cansativo e mais benevolente aos jogadores, permitindo que o fator diversão se sobressaia.
Jotunslayer: Hordes of Hel se passa em cinco regiões inspiradas diretamente na cosmologia nórdica: Niflheim, Muspelheim, Jotunheim, Svartalfheim e Helheim. Cada uma traz visuais únicos, inimigos específicos e desafios diferentes, como modificadores ambientais e variações nas condições de vitória. A maioria das batalhas exige sobrevivência por tempo limitado, mas há também objetivos secundários que concedem bônus para a run ou coletáveis utilizados para desbloquear novos equipamentos.
Um dos grandes destaques do título está na sua dificuldade escalável e nos modificadores opcionais. Os modos de jogo vão do Fácil ao Insano, com uma opção Endless para os que buscam desafios intermináveis. Cada aumento de dificuldade fortalece os inimigos e estende o tempo de incursão, mas também oferece maiores recompensas, criando um ciclo de risco e recompensa atrativo. Além disso, novos inimigos surgem e os chefes ficam ainda mais fortes e com novos golpes, e no final acabam sendo bem punitivos por suas más escolhas em questões de magias e builds. Os modificadores também impactam diretamente a jogabilidade: enquanto alguns facilitam, como reduzir o dano inimigo em troca de perder parte dos bônus da partida, outros tornam a experiência mais intensa, como ressuscitar inimigos em troca de recompensas maiores.
Inicialmente, apenas o modo Fácil está disponível, mas as dificuldades mais elevadas são desbloqueadas progressivamente, incentivando o jogador a se adaptar e evoluir aos poucos. Essa progressão também se reflete no sistema de deuses. Ao longo das partidas, o jogador desbloqueia figuras icônicas da mitologia nórdica — Thor, Freya, Odin, Loki, Nidhogg, entre outros —, cada um concedendo habilidades ativas ou passivas específicas, que ampliam ainda mais a variedade de abordagens nas runs. Inicialmente, apenas três deuses estão disponíveis, mas outros são liberados conforme o jogador avança.
Esse sistema de progressão é constante e reforça o fator replay do jogo. Há sempre algo novo para desbloquear — sejam personagens, armas, deuses ou modificadores — o que mantém o jogador engajado mesmo após dezenas de partidas. Para os completistas, Jotunslayer: Hordes of Hel também inclui um sistema interno de troféus, com recompensas como pontos de habilidades e cristais para evoluir suas armas, incentivando a conquista de cada objetivo.
Visualmente, Jotunslayer: Hordes of Hel é um dos títulos mais impressionantes dentro do seu gênero. Com arte que remete ao sombrio da mitologia nórdica e ambientes detalhados, o jogo evoca o estilo visto em God of War Ragnarok, mas sob uma ótica mais sombria e estilizada. Muspelheim é um reino de fogo vivo, habitado por inimigos flamejantes; Niflheim, por outro lado, é uma floresta sombria repleta de mortos-vivos. Cada região não só oferece novos desafios como também renova visualmente a experiência, evitando a sensação de repetição tão comum em jogos desse estilo.
A trilha sonora acompanha bem o tom místico da proposta, com melodias discretas, mas que reforçam a ambientação de cada reino. Embora não seja o elemento mais memorável da experiência, cumpre seu papel de maneira eficaz.
No entanto, o desempenho técnico deixa a desejar em alguns momentos. A movimentação do personagem principal por vezes aparenta travar ou rodar a uma taxa de quadros reduzida, algo que pode ser percepção minha. Apesar disso, os tempos de carregamento são curtos e não tive problemas de crashes ou bugs que afetassem o progresso.
O jogo está em português, algo maravilhoso! No entanto, alguns menus não estão traduzidos – algo que a desenvolvedora já está ciente e vai arrumar nas próximas atualizações.
Agradecimentos a Grindstone que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Jotunslayer: Hordes of Hel é uma experiência viciante, com um combate frenético e progressão gratificante, embalada por um visual impressionante inspirado na mitologia nórdica. A variedade de classes, habilidades e modificadores garante um alto fator replay, enquanto a dificuldade escalável e a diversidade de deuses mantêm o desafio sempre interessante. Embora o desempenho técnico precise de ajustes, a jogabilidade e os elementos visuais fazem o jogo se destacar. Pequenos problemas de tradução não comprometem a experiência.
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