Patapon é uma daquelas franquias únicas que ficaram presas no PSP por muitos anos, até que a Sony resolveu reviver a franquia através da PlayStation Plus Deluxe, relançando os três títulos para PS4 e PS5. Agora em uma parceria com a Bandai Namco, Patapon 1 e 2 foram remasterizados, trazendo melhorias em sua jogabilidade, gráficos e principalmente acessibilidade para novos jogadores, sem perder o charme e carisma único da franquia.
Narrativamente, Patapon é simples e encantador. Logo no primeiro jogo assumimos o papel de uma divindade chamada “O Todo-Poderoso”, onde uma tribo guerreira chamada de Patapon nos venera. A pequena tribo busca a Terra Prometida chamada de Earthend, onde terão uma revelação divina. No entanto, a tribo se encontra em pedaços e dispersa após serem derrotadas pelos Zigotons, seus rivais. No papel da divindade devemos comandar os tambores sagrados, reunir nossos guerreiros e liderá-los em uma jornada para reconquistar tudo que foi perdido.
Enquanto em Patapon 2 a mitologia é basicamente a mesma, e acontece após os eventos do primeiro jogo. Após os Patapons sofrerem uma emboscada em uma jornada marítima rumo a Earthend, eles acabam naufragando em uma nova terra, que é habitada por Karmens. A sequência possui mais profundidade maior que o primeiro jogo, dando mais identidade e relatando um conflito maior entre fé e sobrevivência.
Uma das caracteristicas de ambos os jogos é seu toque de humor e uma linguagem quase mítica para representar as tribos apresentadas. No entanto, mesmo sendo uma remasterização, que visa revitalizar a série para a maioria dos públicos, o jogo não possui localização em PT-BR! Isso pode atrapalhar a imersão de muitos jogadores, infelizmente.
A franquia Patapon brilha mesmo em sua jogabilidade rítmica única! Aqui não controlamos diretamente os personagens e suas ações, mas utilizamos tambores sagrados que representam sons para emitir comandos específicos ao utiliza-los em uma sequência de quatro tempos.
Por exemplo:
- PATA PATA PATA PON (quadrado, quadrado, quadrado e bola) faz a tropa marchar
- PON PON PATA PON (bola, bola, quadrado e bola) inicia o ataque
O ritmo é sempre manter o ritmo e ser preciso, caso o jogador mantenha uma sequência sem falhas, se inicia o Fever Mode, onde os Patapons ficam mais fortes. Essa mecânica rítmica transforma o jogo em uma grande batalha, onde é preciso ouvir os tambores e realizar os comandos certos. Os jogos originais possuem uma dificuldade bem elevada até mesmo para os dias atuais, no entanto, a remasterização inclui novos recursos de acessibilidade, permitindo ajustar a dificuldade entre fácil, normal e difícil, um modificador permitindo um tempo maior para apertar os botões e e manter o ícone do tambor visível o tempo todo, facilitando acompanhar os comandos. Esses pequenos acréscimos tornam a diferença mais fácil para os novatos, mas pode manter toda a essência do desafios rítmico para os veteranos.
O jogo também possui uma camada estratégica profunda, permitindo pode personalizar suas tropas escolhendo entre classes como Tatepon (unidades de combate corpo a corpo), Yaripon (lanças), Yumipon (arqueiros) e, em Patapon 2, novas unidades como Toripon (montados em aves) e Robopon (robôs). Cada tipo de unidade possui forças e fraquezas distintas, exigindo formações inteligentes e uso eficiente de equipamentos e itens.
Além disso, uma das maiores adições é a possibilidade de evoluir e criar novos Patapons ao combinar itens e materiais raros obtidos em estágios e minigames. Com mais de 400 armas e equipamentos disponíveis, o jogador pode montar um exército totalmente personalizado. Essa adição aumenta o fator replay e a profundidade oferecida em cada uma das fases.
Ao longo das campanhas, especialmente nos chefes e missões especiais, você poderá obter os chamados Itens Divinos — armas, armaduras e instrumentos de origem sagrada que concedem bônus significativos aos Patapons. Esses equipamentos especiais são não apenas mais poderosos, como também muitas vezes alteram o comportamento ou habilidades de quem os equipa.
No primeiro jogo, os Itens Divinos aparecem com menor frequência, mas já são um diferencial em termos de performance, especialmente contra chefes. Já em Patapon 2, eles se tornam parte mais ativa da progressão, integrando-se ao sistema de evolução das unidades. Além disso, alguns itens divinos são a chave para desbloquear novas rotas ou obter melhores recompensas em missões específicas.
Encontrar e equipar esses artefatos mitológicos exige estratégia, já que muitos só são obtidos ao derrotar chefes em Fever Mode ou em condições específicas. Eles também são visualmente distintos, reforçando o status épico dos guerreiros que os portam.
Visualmente, Patapon 1+2 Replay melhora os gráficos dos jogos, mas mantém toda a essência e carisma que fez os fãs se apaixonarem. Para quem nunca teve contato com a franquia, é fácil se impressionar com o estilo 2D minimalista e com estilo único, criado pelo designer francês Rolito. Os personagens são figuras pretas com olhos grandes, bem simples, mas cheias de carisma, vibrando contra fundos coloridos e detalhados. É uma estética que mistura simplicidade com personalidade, transmitindo muito com poucos elementos.
O som é igualmente essencial. Os gritos e cantos dos Patapons são encantadores. Cada comando é respondido com uma canção tribal que se torna parte da trilha sonora, criando um ciclo de feedback entre jogador e jogo que é raro de ver. É impossível jogar e não se pegar repetindo “PATA PATA PATA PON” fora do jogo.
Agradecimentos a Bandai Namco que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Patapon 1+2 Replay é um retorno triunfante de uma das franquias mais criativas da era PSP. Com melhorias visuais, acessibilidade aprimorada e sua jogabilidade rítmica única preservada, oferece uma experiência cativante tanto para veteranos quanto para novos jogadores. Apesar da ausência de localização em português, seu charme audiovisual e profundidade estratégica continuam encantadores.
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