Review | Pilo and the Holobook – Uma aventura leve e sem compromissos

Review | Pilo and the Holobook – Uma aventura leve e sem compromissos

Pilo and the Holobook é um jogo de aventura em terceira pessoa que encanta logo de cara com seu visual cartunesco e atmosfera acolhedora. Desenvolvido pela Mudita Games e publicado pela RedDeer Games, o título foi lançado em abril de 2025 para PS5 e PS4. Voltado principalmente para crianças e fãs de jogos casuais, ele oferece uma experiência simples, charmosa e nostálgica, com foco na exploração e na coleta de adesivos em mundos alienígenas coloridos.

A história gira em torno de Pilo, um jovem e adorável feneco antropomórfico, assistente do Professor Chiron. O cientista desenvolveu uma invenção chamada “holobook” – um híbrido de câmera e diário – que permite capturar imagens de objetos e transformá-las em adesivos. Inicialmente, o objetivo é usar o holobook para documentar descobertas em planetas distantes como prova científica. Porém, a narrativa ganha tons mais arqueológicos e misteriosos à medida que Pilo explora os planetas e descobre sinais de civilizações antigas que desapareceram.

Apesar da premissa curiosa, a história se mantém bastante simples, com diálogos otimistas e uma abordagem acessível para o público infantil. Há, no entanto, algumas inconsistências narrativas, como a presença de humanos que agem de forma contraditória ao ver Pilo – ora agindo como se ele fosse comum, ora surpresos por ver um animal falante. Jogadores que esperam uma trama mais coesa ou elaborada podem se decepcionar porque o jogo apresenta esses elementos, mas nunca os desenvolve.

O ciclo principal de jogabilidade é bastante direto: explorar mundos, conversar com NPCs, escanear objetos e colecionar adesivos. O holobook funciona como uma enciclopédia visual onde tudo o que é registrado vira adesivo que pode ser colado nas páginas do diário. A cada mundo explorado, o jogador tenta encontrar todos os objetos disponíveis para completar a coleção de adesivos daquele ambiente. Ao completar tudo, ganha-se um adesivo especial — grande e brilhante — como recompensa.

Existem quatro mundos principais logo de início, dois que são desbloqueados posteriormente e a área da casa de Pilo. Para completar o jogo, é necessário revisitar os mapas algumas vezes, o que estende a duração para cerca de 5 a 7 horas. Além da coleta, há também pequenos quebra-cabeças que diversificam a experiência. Muitos deles são bem simples, mas alguns exigem ações que o jogo não apresenta de forma intuitiva, o que pode gerar frustração, especialmente considerando o público-alvo.

Um exemplo recorrente nas análises é um quebra-cabeça com vitrais coloridos, que exige uma ação que o jogo nunca explicou ser possível. Isso acabou levando jogadores a ficarem presos por horas ou até a entrarem em contato com os desenvolvedores para pedir ajuda. A ausência de um sistema de dicas torna esses momentos ainda mais frustrantes, algo que poderia ser facilmente resolvido com uma função opcional de assistência.

O maior destaque de Pilo and the Holobook são seus gráficos. O jogo tem um estilo visual que remete a filmes animados da Disney, com cores vibrantes, personagens adoráveis e cenários detalhados. Cada planeta tem uma identidade visual própria e os adesivos que você coleta ganham versões “chibi” extremamente fofas, que encantam só de olhar.

Mesmo os mundos mais escuros ou abandonados mantêm um ar de beleza e encantamento. A direção de arte claramente teve um cuidado especial para que tudo parecesse mágico, como se o jogador estivesse dentro de um livro infantil interativo. É um dos maiores trunfos do jogo e, possivelmente, seu principal atrativo.

A trilha sonora é discreta, composta por melodias suaves que aparecem sutilmente no fundo, dando uma sensação de solidão e descoberta, o que casa bem com o tom dos planetas inabitados. No entanto, essas músicas são pouco memoráveis. Já os efeitos sonoros de interação — como colar adesivos ou navegar pelos menus — são, em alguns momentos, agudos e irritantes, algo que pode incomodar os mais sensíveis. Felizmente, é possível ajustar o volume desses efeitos separadamente nas configurações.

Em termos técnicos, o jogo é estável. Raramente apresenta bugs, com exceção de casos isolados como queda no mapa (que não se repetem). É perceptível o cuidado da equipe de desenvolvimento com o controle de qualidade.

Agradecimentos a RedDeer.Games que nos enviou o jogo para a produção do review!

Conclusão

Pilo and the Holobook é uma experiência leve, encantadora e acessível, perfeita para quem busca um jogo visualmente bonito e sem pressa. Apesar de alguns problemas com puzzles mal explicados e narrativa superficial, seu charme compensa. Ideal para crianças e fãs de jogos aconchegantes.

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