Review! Tomba! Special Edition – Um clássico esquecido por muitos

Review! Tomba! Special Edition – Um clássico esquecido por muitos

Tomba! Special Edition traz de volta um clássico amado da era do PlayStation! Me lembro até hoje da primeira vez que tive contato com Tomba e simplesmente fiquei perdido, sem saber o que fazer, mas mesmo assim algo me prendeu ao título e foram dias e dias até conseguir zerar. Claro, eu era um jovem gafanhoto no mundo dos jogos e não sabia inglês, então era uma jornada muito árdua. No final das contas, Tomba! se tornou um dos meus jogos favoritos, principalmente o segundo título – que também será relançado.

Esse relançamento, convida tanto os veteranos quanto os novos jogadores a mergulharem em um mundo encantador e cheio de porcos malvados!

Tomba! retorna em grande estilo com uma edição especial que mantém o charme do clássico de PlayStation, ao mesmo tempo que moderniza a experiência com recursos voltados tanto para veteranos quanto para novatos. A história começa simples: nosso protagonista parte em busca de uma gangue de porcos malvados que roubaram a pulseira de seu avô. No entanto, logo percebemos que esses porcos são uma ameaça bem maior. Eles amaldiçoaram a terra por onde passaram, trazendo destruição à vida selvagem e deixando um rastro de caos. Com o tempo, vamos descobrindo mais sobre os Porcos Malvados e sua influência, revelando uma narrativa maior por trás da aventura inicial.

Apesar do enredo ter momentos interessantes e até surpreendentes, ele nem sempre mantém uma direção clara. Muitos jogadores podem sentir que a história se perde no meio de tantos eventos paralelos que surgem ao longo da jornada. O humor exagerado e o tom fantasioso, que são parte essencial da identidade do jogo, também podem não agradar a todos.

No que diz respeito à jogabilidade, Tomba! é um jogo de plataforma 2.5D que combina a rolagem lateral tradicional com elementos de exploração e aventura. A movimentação é fluida, os controles são precisos e há uma mecânica interessante de alternar entre diferentes planos de profundidade, o que adiciona uma camada extra de estratégia. Logo nas primeiras áreas, o jogo já apresenta esses conceitos de forma orgânica, como quando aprendemos a subir em uma casa para atravessar uma cerca, indicando que diferentes perspectivas podem levar a novas áreas.

A estrutura do jogo gira em torno de mais de 130 eventos – ou missões – que variam entre objetivos principais e tarefas secundárias. Desde capturar Porcos Malvados até ajudar um personagem a fazer doces ou consertar uma torre do relógio, a variedade é um dos pontos altos da experiência. Muitas dessas missões se conectam de forma criativa, com recompensas de uma missão servindo para resolver outra, incentivando a exploração e o retorno a áreas já visitadas.

Ainda assim, a ausência de um mapa detalhado pode tornar a navegação confusa e cansativa. A liberdade de explorar, apesar de interessante no papel, às vezes se transforma em frustração pela falta de orientação. É fácil se perder ou esquecer objetivos, principalmente quando se está no meio de múltiplas tarefas simultâneas.

A nova edição, por outro lado, acerta em cheio ao modernizar a experiência sem comprometer a essência do original. Usando a Carbon Engine, o jogo foi portado com estabilidade e fidelidade, oferecendo uma jogabilidade mais suave em hardware atual. Recursos como salvar a qualquer momento, retroceder ações e modos de tela ajustáveis tornam a experiência mais acessível e menos punitiva para o público moderno.

Além disso, o jogo chega totalmente em português, com menus localizados e dublagem, ainda que discreta. Os poucos diálogos presentes estão bem adaptados, ampliando o alcance da obra. A edição também traz um ótimo pacote de extras: entrevistas com os criadores, artes conceituais, materiais promocionais e muito conteúdo inédito que oferece uma visão fascinante do processo de desenvolvimento.

Agradecimento a Limited Run Games que nos enviou o jogo para a produção do Review!

Conclusão

Tomba! Special Edition é, acima de tudo, uma carta de amor aos fãs do original. Mesmo com seus tropeços narrativos e limitações de navegação, ainda é um jogo cheio de personalidade, com um mundo peculiar e mecânicas que continuam envolventes. É nostálgico na medida certa, mas com um frescor que faz valer a pena revisitá-lo – ou descobri-lo pela primeira vez.

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