Quem diria que veríamos um The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered em pleno 2025, não é mesmo? Essa revitalização demorou para acontecer, mas felizmente chegou, e posso garantir que valeu a pena reviver cada segundo desse clássico. O jogo entrega a experiência que os jogadores veteranos conhecem, ao mesmo tempo em que conquista uma legião de novos fãs.
Preparem-se para fechar os Portões de Oblivion em uma aventura que continua épica, mesmo 20 anos depois.
Apesar das melhorias visuais e algumas mudanças na interface, a história de Oblivion Remastered permanece fiel ao original, sem alterações. A trama se passa na província imperial de Cyrodiil, onde nosso protagonista, um prisioneiro, se vê envolvido em um grande conflito entre a seita Mythic Dawn e o imperador Uriel Septim VII. Durante a fuga dos assassinos da Mythic Dawn, o imperador confia ao personagem o Amuleto dos Reis, artefato sagrado que mantém o equilíbrio do reino. Nossa missão é encontrar Martin Septim, o herdeiro legítimo, e ajudá-lo a encerrar a crise que ameaça o império.
A maior ameaça são os Portões de Oblivion, que se abriram por todo o reino, inundando cidades, vilarejos e ruínas com demônios de Mehrunes Dagon. Esses portais são passagens dimensionais ligando o plano infernal a Tamriel e só podem ser fechados de dentro. Enquanto ao longo da jornada, o jogador pode formar alianças com diversos personagens, ingressar em guildas como os Magos, Ladrões e Dark Brotherhood, cada uma com missões e histórias únicas que aprofundam a mitologia de Tamriel.
A essência do jogo original foi mantida, com liberdade total para explorar o vasto mundo após o breve prólogo nos esgotos. A criação do personagem segue o modelo clássico, permitindo escolher classe, habilidades e atributos iniciais. As habilidades evoluem conforme o uso — correr melhora atletismo, lutar com espadas aprimora combate, abrir fechaduras desenvolve lockpicking. Ao subir de nível e dormir, o jogador distribui pontos de atributos, personalizando sua evolução.
O combate segue simples e em tempo real, com armas brancas, magias e arco e flecha. Apesar da remasterização, essa simplicidade pode parecer um pouco datada para os padrões atuais. Felizmente, outras abordagens, como furtividade e alquimia, continuam disponíveis, ampliando as opções de gameplay.
O grande destaque de Oblivion sempre foi seu mundo aberto e a exploração. Desde o começo, é possível se aventurar por todo o mapa, criando uma jornada única e permitindo que cada jogador se prepare como quiser. A partir daí, pode-se conhecer as guildas, cumprir missões para ganhar dinheiro, equipamentos e subir no ranking. Além disso, explorar Cyrodiil é constantemente recompensador, seja ao conhecer novos personagens, descobrir artefatos raros ou ler os inúmeros livros espalhados pelo cenário.
Essa versão remasterizada traz todo o conteúdo extra lançado originalmente, incluindo DLCs, o que garante dezenas de horas de diversão para quem realmente quiser explorar cada canto de Cyrodiil, podendo até esquecer temporariamente a missão principal de fechar os Portões de Oblivion.
Visualmente, o trabalho da Virtuos é impressionante. A mudança para a Unreal Engine 5 trouxe um salto gráfico enorme: iluminações modernas, texturas em alta resolução e efeitos climáticos aprimorados transformam o cenário, deixando florestas densas, montanhas ao longe, lagos reluzentes e cidades medievais mais vivos do que nunca. Personagens e NPCs ganharam animações mais suaves e roupas com texturas detalhadas, e o movimento em terceira pessoa está mais natural, incluindo a novidade de poder andar mesmo estando com sobrepeso — algo antes impossível.
Os menus e o inventário foram redesenhados para serem mais intuitivos, mantendo o visual clássico, e agora contam com melhorias importantes, como a magia Clairvoyance, retirada de Skyrim, que facilita a navegação. Além disso, a interface do HUD ficou mais limpa e simples, parecida com a de Skyrim, o que ajuda novos jogadores a se adaptarem. A coleta de recursos e o loot também ficaram mais amigáveis, com áreas de clique maiores e animações mais polidas.
No aspecto sonoro, a equipe investiu bastante: atores profissionais refizeram a dublagem de todos os personagens, e a remasterizaram a trilha sonora de Jeremy Soule, preservando a beleza orquestral do original. A música é um dos pontos mais fortes, reforçando a atmosfera épica e melancólica da aventura.
Além disso, o fato do jogo estar totalmente localizado em português é um enorme avanço para os jogadores brasileiros, facilitando a imersão e o entendimento da rica história de Cyrodiil.
Porém, nem tudo são flores. Apesar dos grandes avanços, o desempenho do jogo ainda apresenta algumas inconsistências. Mesmo rodando a 60fps no modo desempenho, em certos momentos ocorrem quedas de frame que comprometem a fluidez. Além disso, é comum encontrar pop-ins repentinos, com texturas, personagens e objetos surgindo do nada, o que prejudica um pouco a imersão.
Alguns problemas antigos da versão original persistem, como personagens que não aparecem no local correto durante missões secundárias, forçando o jogador a explorar as cidades para encontrá-los e dar continuidade à quest — o que pode se tornar frustrante. Além disso, apesar de terem corrigido muitos bugs menores, ainda há glitches ocasionais, como animações estranhas durante mortes e pequenos problemas de física.
Um ponto que ficou devendo foi a ausência de recursos do controle DualSense, como feedback tátil e gatilhos adaptativos, que poderiam aumentar a imersão, especialmente nas interações e no combate.
Agradecimento a Bethesda Brasil que nos enviou o jogo para a produção do review!
Conclusão
Oblivion Remastered é um trabalho incrível, que revive com maestria um clássico atemporal, oferecendo uma experiência nostálgica para veteranos e cativante para novos jogadores. Por fim, mesmo com algumas falhas e limitações técnicas, a essência e o charme do original estão vivos, e Cyrodiil nunca esteve tão bonita e convidativa para ser explorada.
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