Final Fantasy é definitivamente uma das maiores franquias de RPG do mundo e com méritos desde sua criação. A franquia oferece universos únicos, personagens cativantes e combates inovadores, proporcionando aventuras inesquecíveis que cativam os jogadores desde o primeiro jogo.
Conheci a franquia em Final Fantasy VII no Playstation 1 e desde então me apaixonei por ela a ponto de ser minha franquia de jogos favoritas, tendo Final Fantasy X como o melhor jogo da minha vida, ou seja, eu tinha altas expectativas para esse jogo e ao mesmo tempo muito medo do que estava por vir.
Assim como a grande maioria dos jogos da franquia, você pode mergulhar em Final Fantasy 16 sem ter jogado qualquer outro Final Fantasy antes. Final Fantasy 16 oferece uma história única e um combate Action RPG distinto, mantendo elementos comuns à maioria dos títulos da franquia Final Fantasy.
A questão toda é, Final Fantasy 16 é bom?
Final Fantasy 16 não é apenas bom, é definitivamente um dos melhores jogos da franquia e vou te explicar o porquê disso nesse review!
Uma história madura
Final Fantasy 16 é definitivamente um dos jogos mais maduros da franquia e você percebe isso ao jogar o prólogo do jogo. A história principal tem uma bela inspiração em “As Crônicas de Gelo e Fogo”, livro escrito por George R. R. Martin, onde temos famílias brigando entre si pelo poder, traição, sangue, algumas cenas mais maduras com pequenas conotações sexuais e claro, temos seres míticos que fazem parte de sua mitologia. Seres místicos estes que são chamados de Eikons jogo, mas para os fãs da franquia são os famosos Summons.
O jogador está no papel de Clive Rosfield, onde seu papel inicial é ser o protetor de seu irmão Joshua – Dominante da Fênix. Apesar de ser apenas um jovem, Clive é visto com um grande potencial para se tornar um grande guerreiro, porém ele ainda tem dúvidas do que deseja e para onde seguir. Uma tragédia de grande escala acontece durante o prólogo do jogo e tudo ao redor do mundo de Clive muda, desde as pessoas que estão ao seu lado à suas motivações através de toda a história.
Por ter um enredo muito mais maduro e sombrio que qualquer outro jogo da franquia, vemos um mundo onde de um lado temos pessoas sendo escravizadas, mas também vemos revoluções acontecendo, traições, uma guerra que por onde passa deixa vilarejos devastados e uma trilha de corpos e sangue. O mundo de Valisthea é grande e por trás da história que Clive carrega, temos muitas outras pontas soltas que são contadas através de side quests ou glossários que o jogo nos apresenta.
Detalhes da narrativa
Uma grande parte da história está nos detalhes, eu pude aprender muito sobre o mundo e seus núcleos através de diálogos com os mais variados personagens e suas side quests, pude aprender sobre a situação que os escravos lutavam pela sua sobrevivência e também como tudo que o reino fazia afetava suas vidas. No início, alguns personagens podem parecer secundários, mas seus diálogos revelam um peso significativo para a trama conforme você presta mais atenção.
Existe um ponto no jogo onde tudo, se encaixa perfeitamente e você percebe que sua jornada será muito mais do que a de Clive e sua busca por respostas. Você entende por que certos personagens foram introduzidos e estão ao lado do personagem principal na história.
A luta entre os dominantes é crucial para a história, revelando as principais batalhas de Eikons e a evolução dos poderes do protagonista. Eu não quero dar spoilers aqui, mas durante alguns eventos de Eikons temos grandes revelações e algumas das batalhas mais impressionantes da franquia.
Explore um mundo único
O jogo oferece um mundo bem grande, embora não seja um mundo aberto. Ele é dividido em áreas que o jogador pode explorar por meio de viagem rápida. Esse sistema é bastante simples, com apenas uma tela rápida de loading. Cada área oferece uma vasta região para você explorar, com inimigos espalhados pelo mapa, itens para coletar, side-quests e algumas caçadas.
O mapa foi criado principalmente para você se locomover durante a história principal e realizar atividades secundárias, que oferecem um descanso da trama. Algumas side-quests são cruciais para a história, pois revelam mais sobre o mundo de Valisthea e como têm vivido os escravos e nobres. Além disso, completar essas batalhas recompensa você com várias recompensas, sendo uma das principais o seu Chocobo, que facilita a locomoção pelas áreas.
Um combate único
Final Fantasy 16 conta com um sistema de combate fortemente inspirado em Devil May Cry, algo que pode ser estranho para os jogadores se prendem as antigas memórias dos jogos antigos, porém, se você jogou Final Fantasy VII Remake, Stranger of Paradise e até mesmo Final Fantasy 15, percebe que a Square Enix está proposta a trazer uma variação de gameplay para sua série nos últimos lançamentos.
O combate não se baseia em simplesmente apertar botões freneticamente até derrotar os inimigos. Mesmo sendo relativamente fácil, alguns bosses exigem que o jogador tenha bons reflexos para realizar esquivas perfeitas e, ao mesmo tempo, usar as habilidades adquiridas para zerar a barra de atordoamento do inimigo. Quando a barra de atordoamento zera, o dano pode ser multiplicado em até 1,50, e é nesse momento que o jogador deve aproveitar suas habilidades.
O sistema de combate é frenético e requer atenção do jogador, conta com um sistema de combate envolvente, competente e extremamente divertido. Porém, o jogo só oferece acesso a todas as habilidades perto do final, o que pode ser ruim para alguns jogadores que não pretendem se aventurar no New Game+, desbloqueado após concluir a primeira vez.
Final Fantasy Mode
No New Game+ o jogador é apresentado ao Final Fantasy Mode, o que seria o modo Hard do jogo. Nele o level dos inimigos é acima de 50 e podendo chegar até 100, assim, como seu personagem, este que já chega ao NG+ com todas as habilidades anteriores, level, equipamentos e toda bagagem da jogabilidade anterior.
No meu ponto de vista, Final Fantasy Mode é o ideal para se aproveitar ao máximo da jogabilidade, onde os inimigos são mais agressivos, os bosses são impiedosos podendo causar one hit kill dependendo do ataque que te acertar e você precisa sim, aprender o timing certo da esquiva e usufruir de cada habilidade adquirida para progredir. Por fim, é uma pena que o modo difícil esteja disponível apenas no NG+; começar do zero teria proporcionado uma experiência clássica de grind e progressão de níveis.
Eikons ou briga de Kaijus?
Um dos pontos altos são as batalhas de Eikons. Apesar de serem simples, elas trazem um frescor diferente ao combate frenético do jogo e são bastante divertidas. Primeiramente, Eikons são os conhecidos Summons dos jogos anteriores, porém, aqui eles são uma das principais peças da trama.
Nos jogos anteriores o costume era os jogadores sumonarem as feras para ajudá-los em combate, porém, em Final Fantasy 16 temos os Dominantes, que são pessoas que tem a incrível habilidade de se transformar nos Eikons, assim trazendo uma batalha de grandes proporções para o jogo, com cenas de tirar o fôlego e um frescor parecendo uma grande batalha de Kaijus no maior estilo Godzilla.
Uma obra de arte!
Final Fantasy 16 é o mais belo jogo do PS5 até agora, com pequenas quedas de frame rates no modo desempenho, já em correção. O jogo é maravilhoso, com paisagens variadas que tiram o fôlego, contando com uma diversidade de biomas que vão de castelos medievais, florestas e desertos. Os personagens principais são muito bem feitos, cada um com uma caracterização única. Além disso, destaco os Eikons, que para mim são os modelos mais lindos que já apareceram na franquia. Já os personagens secundários são apenas isso—personagens comuns. Eles recebem uma caracterização básica para se encaixar no tema de fantasia medieval do jogo.
Durante o combate também é possível ver mais da beleza do jogo, que conta com uma coreografia de combate que superam as expectativas e transições cinematográficas entre o combate em tempo real, CGI e Quick Time Events. É sempre muita coisa na tela, mas tudo muito bem definido visualmente, não causando uma confusão ao jogador.
Veredito Final
Prós:
- Uma narrativa madura e que prende o jogador
- Bons personagens
- A variação no combate traz uma experiência única
- Trilha sonora
- Gráficos espetaculares
Contras:
- Missões secundárias são fracas
- A dificuldade difícil não estar habilitada do começo
Final Fantasy 16: é uma obra primorosa que se sustenta em seu combate e história, tem um grande potencial para trazer novos fãs para a franquia, mas também pode afastar os fãs mais antigos que não conseguem aceitar a evolução da franquia para um algo mais além de um RPG. O jogo se prova competente em tudo que oferece, entrega uma trama madura e com um teor sombrio nunca antes visto na série, algo que foi preciso coragem dos produtores para realizarem. Final Fantasy 16 é um dos maiores jogos da franquia e com certeza ficará marcado na memória da grande maioria dos jogadores. – George Rodrigues