Review – PS5 | Monster Hunter Wilds

Sou um caçador de longa data e Monster Hunter Wilds era o meu jogo do ano (E pode ser que ainda seja), então pode fazer review é uma grande satisfação! Com melhorias únicas e um combate ainda mais dinâmico, fluido e evoluído, esse é o título ideal para novos caçadores, mas que pode decepcionar veteranos.

Nesse review eu te explico o porquê de Monster Hunter Wilds ser uma faca de dois gumes, mas ainda assim, será um dos jogos mais vendidos da história da Capcom.

Agora nosso personagem fala!

Monster Hunter Wilds é uma grande evolução narrativa se comparado aos anteriores, trazendo um foco maior na história, mas sem perder o foco das caçadas. Assumimos o papel de um caçador veterano que chega às Terras Proibidas, uma nova região repleta de criaturas perigosas e mistérios naturais. A fauna local está agitada devido a uma energia desconhecida, e nosso dever é investigar o que tem causado isso e restaurar o equilíbrio do ecossistema.

Apesar de o ponto inicial se parecer bastante com o de World, o jogo apresenta Nata, uma criança perdida que você resgata. Nata não é uma criança qualquer e possui uma conexão enigmática com Arkveld, o monstro principal do jogo (Assim como Nergigante foi no World), sendo peça central do enredo. A história avança e nos revela diversos segredos sobre civilizações antigas, o que tem afetado as Terras Proibidades, Nata e Arkveld.

O que torna a aventura ainda mais imersiva na narrativa é o fato de nosso personagem realmente possuir diálogos e ainda estar totalmente dublado em português. Sei que é memorável ver nosso personagem em Monster Hunter World: Iceborne apenas acenar com a cabeça enquanto parte para enfrentar Shara Ishivalda sozinho, mas essa adição de diálogos nos faz criar um laço maior com o personagem que nos criamos.

Inovação e melhorias

Monster Hunter Wilds mantém a essência estratégica da franquia, mas adiciona mais dinamismo com o novo Modo Foco, permitindo ataques mais precisos em partes feridas dos monstros. As 14 armas clássicas retornam com ajustes e novos movimentos, tornando-se mais acessíveis. O Arco está mais rápido, enquanto Lâmina Dínamo e Espadão se tornaram mais versáteis e adaptáveis. Além disso, agora é possível levar duas armas para uma caçada, trocando-as em seu Seikret.

O sistema de ferimentos destaca partes danificadas em vermelho, incentivando ataques certeiros e que punem os monstros, derrubando-os e deixando os vulneráveis para ataques poderosos.

O mundo agora é totalmente aberto, com biomas interconectados e clima dinâmico que afeta a fauna, flora e o comportamento de cada monstro. Por ser um mundo mais denso e vivo, agora possuímos Seikrets, uma montaria veloz, que carrega nossas armas e itens e são extremamente úteis nas batalhas.

Além disso, os jogadores agora podem montar bases temporárias, mas precisam tomar cuidado, pois monstros podem destruí-las. O jogo também melhorou a qualidade de vida, fortalecendo os personagens com diversos buffs, facilitando o fast travel e simplificando a organização dos recursos.

Quanto aos monstros, Monster Hunter Wilds faz um excelente trabalho, colocando criaturas inéditas e trazendo diversos monstros clássicos. Os novos cefalópodes adicionam mecânicas diferenciadas, enquanto Arkveld, monstro principal, é um grande desafio para os caçadores. O comportamento dos monstros é mais natural, com disputas territoriais e hábitos que mudam conforme o clima e ambiente.

O ponto alto de farmar monstros

É impossível falar de Monster Hunter e não pensar na personalização, certo? Monster Hunter Wilds acerta em cheio no sistema de personalização e criação de equipamentos. Começando pelo editor de personagem que foi ampliado e possui uma gama de mudanças que os jogadores podem realizar.

Quanto as armas O jogo mantém o tradicional sistema de árvores evolutivas para todas elas, mas agora inclui materiais exclusivos obtidos por meio de interações ambientais e condições climáticas específicas. Algumas armas podem ter habilidades adicionais ativadas em determinadas situações, como golpes carregados mais rápidos quando há tempestades de areia ou aumento de dano contra monstros molhados.

As armaduras apresentam mais variações, tanto visuais quanto funcionais. Cada peça pode ser ajustada com modificações cosméticas e novas habilidades passivas. Um dos grandes destaques é a possibilidade de transmog desde o início do jogo, permitindo que os jogadores alterem a aparência do equipamento sem perder os status desejados.

Além disso, agora é possível personalizar armas e armaduras com melhorias baseadas no seus estilo de jogo. Agora, runas especiais podem ser aplicadas às peças de equipamento para conferir bônus específicos, como resistência contra certos elementos ou aumento na duração de buffs.

Outra novidade é a maior integração entre a estética das armaduras e o ambiente. Algumas peças ganham efeitos visuais dependendo do clima, como um brilho sutil em temperaturas extremas ou partículas de areia grudando nos equipamentos em tempestades. Isso reforça a imersão e a atenção aos detalhes gráficos que Wilds oferece.

A versão mais bela

Os gráficos de Monster Hunter Wilds são os melhores da série, com ambientes detalhados, desde a vegetação densa até os efeitos climáticos realistas. A fauna se movimenta organicamente, e os monstros possuem animações incrivelmente fluidas, aumentando a imersão nas caçadas.

Apesar dos problemas na beta, o jogo rodou de forma consistente no PS5 Pro, mantendo uma alta taxa de fps na maioria das situações. No entanto, há pequenas quedas em momentos com muitos elementos na tela, especialmente durante tempestades intensas ou batalhas contra múltiplos monstros simultaneamente.

O design das áreas impressiona, pois agora o mapa é totalmente interligado e reage dinamicamente às ações do jogador. Elementos do cenário, como formações rochosas e árvores, podem ser derrubados, alterando o campo de batalha. O ciclo de dia e noite não é apenas estético, pois modifica o comportamento das criaturas e influencia a exploração.

Outro ponto positivo é a dublagem completa em português do Brasil. É a primeira vez que um Monster Hunter recebe um tratamento tão completo para o público brasileiro, tornando a experiência mais acessível. Os diálogos fluem naturalmente, e as atuações estão bem executadas, ajudando na imersão da narrativa.

Fácil demais e isso não é bom

Monster Hunter Wilds é com certeza o melhor jogo para novos caçadores, mas possui alguns problemas inconsistentes e irritantes. O principal problema do jogo é sua dificuldade reduzida, até mesmo em caçadas em High Rank, sendo o jogo mais fácil da franquia, tornando as lutas menos punitivas e com diversas mecânicas que tornam o combate menos feroz e brutal que em World.

A progressão também não ajuda, o jogo se torna muito fácil e tira a obrigação de farmar itens e matérias para armas e armaduras melhores, tornando o endgame somente para quem quer caçar coroas e pegar troféus. Eu ainda acredito que com as atualizações futuras e novos monstros, a Capcom deve tornar a experiência mais próxima do que foi com o World.

Apesar da grande melhoria em sua narrativa, tornando ela mais atraente e expansiva, os personagens não possuem carisma e muitas vezes se tornam irritantes. Sempre que a narrativa se prepara para tomar um rumo, ela é interrompida por uma batalha.

Os caçadores que podem te ajudar em suas caçadas não são muito efetivos, com IA bem limitas. Além disso, não é possível personalizar sua experiência com eles, trocar seus equipamentos e aprimora-los para combates mais difíceis.

Outra adição problemática, apesar da boa intenção, foram os Seikret. Com uma montaria que se move sozinha e te leva para qualquer lugar, a exploração perdeu o sentido, sendo que é praticamente automatizada. Claro que o jogador pode optar por não usá-lo, mas não seria melhor se fossem como os Amicães em Rise?

Agradecimento a Capcom que nos enviou o jogo para a produção do review!

Veredito Final

Monster Hunter Wilds é uma grande evolução narrativa para a franquia, trazendo um protagonista dublado e um mundo aberto interconectado com clima dinâmico. A jogabilidade foi refinada com o Modo Foco e a troca de armas, tornando os combates mais acessíveis e estratégicos. No entanto, a dificuldade reduzida e a progressão facilitada podem decepcionar veteranos. A personalização de equipamentos é profunda, mas a exploração perde impacto devido ao Seikret automatizado. O desempenho é sólido, apesar de pequenas quedas de FPS. Com gráficos deslumbrantes e dublagem em português, Wilds é um excelente jogo, mas carece do desafio esperado.